sábado, 21 de novembro de 2020

 SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA


ELIAS – AUTOPIEDADE

I Reis 19

 

 

Quantos de nós não ficamos profundamente tristes após uma grande vitória? A frustração vem com a responsabilidade que se assenhora a partir do momento que assumimos uma posição diferente da qual estávamos acostumados, ou depois de ter se sobressaído em alguma situação. Com Elias não foi diferente.

Após uma vitória acachapante sobre os guerreiros e sacerdotes de Baal, que serviam ao rei Acabe, Elias viu-se amedrontado pelas afrontas da rainha Jezabel, mulher gentia que levou a feitiçaria para o trono de Israel. Somado ao seu medo, o servo de Deus iludiu-se com a fama passageira oriunda da sua vitória e imaginou que somente ele servia a Jeová. A soma desses dois sentimentos fez com que ele fugisse e se escondesse.

Na sua fuga, Elias achou-se o homem mais íntegro e correto que existia, e que fora traído e abandonado por todos os seus irmãos. Recusava-se a comer, pois julgava que Deus estava sendo injusto com ele, e que também o havia abandonado. “Como pode, alguém tão íntegro como eu, passar por uma humilhação dessa? Logo eu, um ungido do Senhor...” deve ter pensado assim esse profeta.

E nós, quantas vezes achamos que somos modelos de santidade e de integridade, e que todos os demais são mais indignos do que nós? Quantas vezes julgamos o próximo, ou até mesmo a Deus, crendo que a nossa forma de pensar é a mais correta a ser seguida, desprezando os pensamentos e necessidades alheias?

A bondade do Senhor sobre nossa vida é o que nos mantém de pé. Assim como com Elias, Deus alimenta-nos, fortalece-nos e nos dá direção. Ao invés de reprovar o profeta, Ele enviou socorro e fez com que Elias entendesse que a depressão que ora se instalara em sua vida não era um projeto divino. Se não abrirmos o nosso coração para entender o propósito de Deus para a nossa vida, viveremos enfadados, descrentes de que receberemos algum bem vindo do Senhor. Ao entendermos que nada somos longe de Deus, que a nossa suficiência vem d’Ele e que o nosso ego pode nos levar a perder o foco da visão do Reino, teremos a sensibilidade necessária para deixar o Espírito Santo reinar em nós, e que a misericórdia do Senhor alcança a nós e àqueles que entregarem sua vida a Jesus.

 


terça-feira, 10 de novembro de 2020

 SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA


DAVI – SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE

II Samuel 12

 

 Todos nós temos um segredo, algo escondido em nosso coração que não queremos contar a ninguém, quer seja por vergonha ou por orgulho. A Bíblia fala que o pecado não confessado seca os ossos e enfraquece a alma.

Davi, o rei mais famoso entre os judeus, tinha fraquezas de caráter, sobretudo, na área sexual, e acreditava que sendo o soberano daquela nação ele estava impune dos seus erros, e que suas atitudes não seriam contestadas. Ledo engano!

Ao desejar a esposa de um dos seus generais, Davi cometeu adultério, e pensando ter ele o plano perfeito, orientou seus liderados a deixar o esposo da sua amante sozinho no campo de guerra a fim de que fosse morto. Pensava assim que os seus problemas se acabariam e que poderia continuar mergulhado em sua hipocrisia.

Muitos de nós vivemos na ilusão de que podemos fazer qualquer coisa e que nada de ruim nos acontecerá. Os pecados de natureza sexual são os mais comuns e o que mais ilude, pois achamos que isso é uma necessidade fisiológica e que é comum agirmos conforme o desejo da nossa carne. Infelizmente, encontrarmos entre os casados pessoas que são prisioneiras da pornografia, da prostituição e do adultério, vivendo sob uma capa de santidade pensando estar enganando a todos ao seu redor, mas não há nada escondido que não venha a ser revelado.

Assim como com Davi, também somos levados ao confronto. O que antes era tratado no particular passará a ser exposto em público. O momento de prestar contas por seus atos chega e aí saberemos onde estamos firmados. Quando o nosso coração teme ao Senhor, teremos sensibilidade para receber a sua correção; quando não temos essa característica, qualquer palavra de correção torna-se uma ofensa para nós.

Por mais doído que seja, feliz aquele que tem um “Natã” em sua vida, uma pessoa enviada por Deus para corrigir e fazer com que entremos novamente na visão do Senhor. A justiça de Deus é perfeita e alcança a todos os indivíduos, nada passa despercebido aos olhos de Jesus. Somente quando reconhecemos os nossos erros e abrirmo-nos para a correção divina, é que seremos tratados e curados. Entenderemos que não somos impunes aos nossos erros, mas o Espírito Santo nos levará ao arrependimento e nos dará consolo, fortalecendo-nos para passarmos por esse momento de tratamento de caráter convictos de que Deus sabe o que é melhor para nós e que nos dará a saída necessária para os nossos conflitos.  


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

 SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

Ana – Codependência

I Samuel 1

O coração dividido é sempre uma cilada. Elcana, esposo de Ana, sabia disso com muita propriedade. Como sua esposa era estéril, e no objetivo de perpetuar seu nome, ele coabitou com Penina, serva de Ana. Bigamia, Poligamia e adultério sempre irão resultar em conflito.

Penina considerava-se superior, apesar de ser serva, por ter dado filhos ao seu senhor; Ana, entrou na armadilha da agora rival, e vivia depressiva achando-se sem valor e desprezada; Elcana, por sua vez, ficava dividido entre o amor pela esposa e a satisfação paternal conquistada através de Penina.

Para Ana, ter um filho ou filha era só o que importava. Sua vida parecia não ter valor sem que isso fosse realizado. Direcionou seu objetivo de vida para aquilo que ela não tinha controle e isso a levou para o fundo do poço. Como sabemos, muitas vezes temos que piorar para melhorar, e quando tudo parece perdido, é justamente no fundo desse poço que encontramos uma rocha para apoiarmos os nossos pés e tomarmos impulso para a retomada. Nesse momento, Ana decidiu entregar seu problema a Deus e não mais querer resolver sozinha sua situação.

Aprendemos que o melhor momento para começarmos a nossa recuperação é agora, dando uma reviravolta entregando nossos conflitos ao Senhor. Mesmo ainda sem estar grávida, o semblante da Ana mudou quando ele recebeu, e aceitou, a palavra do servo de Deus para sua vida. Depois de tantas promessas humanas, vazias de sinceridade e cheias de ilusões, agora era o momento de dedicar a sua vida e inclinar o seu coração para as palavras do senhor.

Todas as vezes que tentamos resolver nossos problemas com nossas próprias forças, somos abatidos porque não temos o poder de controlar as adversidades. Mesmo que tenhamos dinheiro, poder e fama, podemos ser surpreendidos por uma doença, por um escândalo, uma falência repentina ou um policial à porta procurando-nos.

Muitas vezes preferimos fingir que está tudo bem, fazendo vista grossa para os problemas e fazer de conta de que não está doendo, mas por dentro parece ter uma gangrena, corroendo todo o nosso ser, espalhando-se como um câncer em nossa alma. Vivendo de paliativos, os sintomas passavam por uns instantes, mas depois voltavam com mais intensidade. É o mesmo que tomar um inibidor para a dor da gastrite ao invés de trata-la: quando for ver, já está com uma úlcera.

Quando vivemos pelos velhos padrões, os mesmos que nos levaram para a situação calamitosa pela qual se está passando, nada muda. É estar apegado à falsa esperança de que tudo vai dar certo, mas para termos algo que nunca tivemos temos que fazer algo que nunca fizemos. É o momento de se voltar para Deus, abrindo mão da teimosia e descansando no Senhor crendo que Ele resolverá a nossa situação.

O melhor lugar para estarmos, ao olhar de muitos, é no nosso lar, mas na verdade não há um local mais confortável do que nos braços do Pai. O maior conflito de Ana foi dentro da sua casa, e muitos também sofrem calados oprimidos por seus próprios familiares. Então, mais importante que o nosso lar é a presença de Deus em nós. A partir daí, a presença divina irá contagiar a todos ao nosso redor e nossa casa será um local de paz e harmonia.

Quando Ana tirou o foco do problema e passou a se concentrar na solução, seu quadro mudou. Quando seu objeto de desejo deixou de ser em agradar ao seu marido e em ter um filho e passou a ser em obedecer a Deus, sua visão foi descortinada. Agora, já mãe de Samuel, após desmamá-lo, levou-o ao templo onde ele fora criado por Eli. A partir do momento que o Senhor entrou na equação do seu problema, a presença d’Ele supriu todas as suas necessidades e outros filhos surgiram como recompensa da sua fidelidade.

Se analisarmos a nossa vida e nos perguntarmos qual área da nossa vida temos total controle perceberemos que sem Deus nada somos, pois não controlamos nada. Assim como Ana entregou tudo aos pés de Deus, devemos entregar toda a nossa vida aos pés de Jesus. Devemos trocar a nossa codependência pelas coisas efêmeras por uma total dependência ao Espírito Santo.

 

 

 


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 

O CEGO DE JERICÓ

Marcos 10: 46 – 52

 

Se assim como Salomão tivéssemos a oportunidade de fazer um pedido à Deus, o que pediríamos? Talvez, assim como o jovem rico, faríamos um bom pedido, mas se não houvesse disponibilidade sincera para seguir os conselhos de Jesus de nada adiantaria; ou, a exemplo dos filhos de Zebedeu, iríamos querer uma posição privilegiada. Percebamos que nenhum desses pedidos foram atendidos porque o objetivo não era de acordo ao desejo do Reino de Deus.

Ao contrário dos exemplos acima, Bartimeu era um cego e seu pedido demonstrou humildade. No texto em destaque vemos alguns pontos que devem ser melhor absorvidos:

·         A cegueira espiritual nos marginaliza. Bartimeu era cego e sua condição o forçava a mendigar no caminho. Ele era envergonhado pois muitos passavam por ali e viam a sua situação e alguns ainda zombavam dele. Quando somos cegos, não enxergando que somos pecadores, viramos motivo de chacota e desrespeito alheio. Aparentemente, não temos valor algum, e nos resta viver dia após dia nessa ilusão.

·         Bartimeu ouviu falar de Jesus, ou seja, alguém falou do Filho de Deus para ele, e isso despertou o seu desejo de conhecer o Cristo. É necessário que preguemos a Palavra de Deus e deixar o Espírito Santo fazer a obra que levará o indivíduo ao arrependimento.

·         Quando reconhecemos que temos a necessidade de Deus em nossa vida não devemos cessar de clamar pelo nome de Jesus, ainda que muitos tentem nos demover dessa ideia ou nos afastar desse caminho, gritaremos mais alto o nome do Senhor.

·         Jesus ouve a todos que O chama e Ele restaura o nosso ânimo. Bartimeu, que antes era orientado a se calar e esquecer a Cristo agora é motivado a levantar-se e ir ao encontro do Salvador. Jesus não nos deixa prostrado, Ele nos levanta.

·         Ao se levantar, Bartimeu largou a sua capa. Ela representava o seu passado e era tudo o que ele tinha. Quando vamos ao encontro de cristo devemos estar dispostos a abrir mão de todo o jugo que sempre nos oprimiu, desejoso com a nova vida que teremos a partir do momento que estaremos na presença de Jesus.

·         Jesus sabia da necessidade de Bartimeu, mas mesmo assim perguntou o que ele queria que fosse feito. O desejo do Senhor é que tenhamos intimidade com Ele, que abramos o nosso coração com sinceridade e falemos tudo o que nos aflige, o que nos incomoda. O desejo de Deus não foi implantar uma religião, mas promover a reativação do relacionamento do Pai com a humanidade, perdida por causa do pecado e que pode ser restaurada através do Seu filho, Jesus.

·         Após o encontro com Jesus, Bartimeu teve a sua visão restaurada, e mais do que isso, a sua vida foi transformada. Imediatamente ele seguiu a Cristo pelo mesmo caminho que estava. O local da sua dor é o local da sua cura. Onde ele era humilhado agora passou a ser a passarela para um novo convertido ao Evangelho. O que causava vergonha agora teve que se prostrar para ser pisado por mais um salvo por Jesus Cristo. Quando nos entregamos ao Pai, a nossa realidade muda. Enfrentamos a dificuldade de cabeça erguida e certos da vitória. Quando a cegueira espiritual é tirada, vemos tudo aquilo que estávamos perdendo longe de Jesus, e o local da nossa vergonha passa a ser o nosso caminho de vitória. A glória da segunda casa é sempre maior do que o da primeira.

 

sábado, 3 de outubro de 2020

 SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA


DALILA – TRAPAÇA

Jz. 16: 4-21

 

Dalila, esposa de Sansão na história narrada no livro de Juízes, teve uma vida dedicada ao engano, onde a maior realização da sua vida foi trair e destruí a vida do homem que mais a amava. O pouco relato sobre ela indica que sua essência era de trapaça. Assim como Dalila, muitos de nós vivemos no erro, pois o engano e a dependência por vícios e pecados andam de mãos dadas. Ela foi um mau exemplo de mulher e não deve ser seguida.

Quantas pessoas vivem uma vida de engano como se estivesse numa missão suicida? A preocupação em seguir uma visão secular, que obtenha a aprovação da grande maioria faz com que o indivíduo desista de coisas valiosas que Deus lhe deu, a exemplo da família, dos amigos, da profissão e até do ministério. Entram no adultério, físico ou espiritual, desviando o seu coração dos propósitos divinos e seguindo a vontade da própria carne.

Sempre que andamos no caminho do pecado, a manipulação e a trapaça nos acompanham pois se tornam um estilo de vida. Somos tomados por uma fúria incontrolável, onde nada nos satisfaz e todos os bons valores caem no esquecimento, pois nada mais nos sacia. Perdemos a referência do amor, do altruísmo e até das nossas reais necessidades, sendo levados por buscar prazeres efêmeros que se dissipam na primeira brisa.

Se não é possível dois corpos ocuparem o mesmo espaço ao mesmo tempo faz-se necessário que um ceda lugar ao outro. Temos que nos esvaziar de nós mesmos para nos enchermos daquilo que valorizamos. A Bíblia fala para nos esvaziarmos, despirmo-nos no velho indivíduo para se tornar uma outra pessoa. Acontece que quando ficamos longe do Senhor, esse local vazio em nós será preenchido por comportamentos pecaminosos. Não querendo reconhecer o nosso erro, somos trapaceiros até conosco buscando desculpas e justificativas para as nossas falhas.

A necessidade da aprovação alheia faz-nos ir em busca de uma imagem perfeita, e como isso é algo que beira o impossível, frustramo-nos e chegamos ao ponto de ficar doentes. O desejo de sermos aceitos e aumentarmos o nosso rol de amigos faz com que fiquemos sozinhos, pois faremos relações superficiais sustentadas por uma linha tênue que pode se romper rapidamente. Desta forma, iremos sentir-nos abandonados, desanimados, dispersos da realidade na qual realmente nos encontramos, trazendo descontrole sobre nossas atitudes e escrevendo na história uma imagem que iremos preferir apagar pois não nos trará boas lembranças.

A vitória sobre esse comportamento trapaceiro e manipulador só será possível quando a vida for controlada pelo Espírito Santo que irá nos encher a partir do momento que Jesus for o Senhor e salvador da nossa vida. Com Cristo nos guiando, seremos levados ao confronto com tudo aquilo que nos aprisionava, pois não há vitória sem lutas. A escolha por uma nova vida trará forças para vencermos nossos medos e fraquezas e romperemos com esse ciclo de dependência que só traz engano e destruição. A dor do passado será apenas lembranças de uma vida que não deverá ser repetida, e como testemunho daquilo que Jesus fez e de onde ele nos tirou.

 

 

 


quarta-feira, 30 de setembro de 2020

SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

SANSÃO – SEXO / NARCISISMO

Jz. 13 – 16

 

Já dizia Salomão que tudo é vaidade, e que a beleza exterior é efêmera. A própria vida ensina-nos isso, pois vemos como o tempo age inexoravelmente sobre todos. Mesmo assim, é comum nos iludirmos com aquilo que é passageiro.

Sansão foi um homem agraciado por Deus com a força e a beleza e aprendemos com a vida desse personagem que nada disso tem valor algum longe do Senhor. Não conseguimos vencer nossas adicções sem a intervenção divina.

Muitas vezes vivemos num mundo de ilusão e imaginamos que o culto ao corpo é tudo o que precisamos. Se formos aceitos pela sociedade, todas as demais coisas serão secundárias. Isso afeta, inclusive, a muitos cristãos, que se escondem atrás de uma máscara de santidade, mas é dependente de pornografia e do narcisismo.

Sob a alegação de que não existe cristão perfeito muitos vivem com uma bengala espiritual, dando desculpas ao seu erro e considerando tudo normal, mas um dia a conta chega. Nada fica encoberto e o confronto é inevitável.

Sansão tinha tudo para entrar na história como um grande homem, cujo nome fosse admirado, mas ele não conseguiu desfrutar e nem compartilhar o amor de Deus e o amor dos outros. Por causa da sua vaidade e da dependência pelo sexo, ele nunca cumpriu o seu propósito na vida.

A Bíblia fala que Deus se afastou de Sansão e ele não percebeu. Quando nossa vida é destinada a satisfazer os desejos da carne fatalmente nos distanciamos do Senhor e a nossa vida entra em regressão. Sansão foi avisado de todas as formas da cilada que ele estava se metendo. Dalila deixou claro que ela estava irritada porque tentava enfraquece-lo, mas não conseguia. O pecado dele o cegou e ele não via a tragédia iminente.

De todos os pecados, os de natureza sexual é o que mais prende o indivíduo, independente do seu gênero. Homens e mulheres são presas fáceis para esse vício feroz e devemos viver em constante vigilância.

Que nós não desperdicemos nossos dons com a nossa satisfação pessoal e que nunca deixemos de dar valor à nossa família, ministério e amigos, valorizando mais os vícios e pecados.

O fim de Sansão foi igual ao de todos os que escolhem andar no erro, ou seja, a cegueira e a morte. Escolha viver para Cristo e tenha vida!

 

 

 

 


SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

DÉBORA – ORGULHO

Jz. 4

 

Quando lemos a história de Débora, a princípio, não encontramos nada de errado, mas se olharmos com mais cuidado veremos traços de orgulho e vaidade. Conosco não é diferente: muitas vezes não conseguimos enxergar defeitos em nosso caráter que estão tão evidentes aos olhos dos demais.

Assim como Débora, muitas vezes somos intransigentes, duros, e nos colocamos num patamar imaginário acima dos outros. Consideramo-nos tão justos que acreditamos que a solução dos problemas só irá surgir se nós viermos a intervir. Se isso causa mal aos outros não será diferente conosco, pois causa ativismo e pode nos fazer perder o foco.

A causa do orgulho pode ser variada: para uns, cuidado excessivo dos pais, tornando o indivíduo uma pessoa mimada, querendo que tudo ocorra ao seu tempo e ao seu modo, não se importando como sentimento alheio; do outro lado, encontramos também pessoas que foram rejeitadas e humilhadas e, por isso, tiveram que lutar muito na vida e, uma vez que conseguiu mudar a sua história, acredita que todos tem que sofrer tudo o que ele sofreu se quiser vencer na vida. Considera-se um modelo a todos os demais.

Esse é o grande problema da humanidade: o orgulho gera a vaidade e nos consideramos independentes de Deus, modelo para todos e quase infalível. Minhas habilidades, força, conhecimento, dinheiro, posição social ou quaisquer outras coisas me leva a ser melhor que meu próximo, pensa o tolo em seu coração.

Nossa teimosia leva-nos a buscar nos vícios e nos pecados um escape quando tudo dá errado, ao invés de confiarmos em Deus, já que fomos acostumados a resolver tudo com a força das nossas mãos. Isso nos leva a repetir o mesmo erro várias vezes, e quando percebemos isso vemos que vivemos com remorso sem nunca ter havido um genuíno arrependimento.

Ao contrário de pensarmos que o mundo não funciona sem mim, devemos entender que somos os primeiros a precisar de mudança. Devemos parar de gastar tanta energia somente querendo fazer os outros felizes e olharmos para dentro de nós a fim de percebermos que também precisamos corrigir o nosso caráter.

Quando nossa vida é verdadeiramente entregue nas mãos de Deus abrimos mão da arrogância, eliminamos a autopiedade que nos torna sempre vítima em qualquer situação e entendemos que a dor é inevitável em nossa vida. Agora confiamos que, em Deus, somos tudo aquilo que a Bíblia diz que somos, incluindo o fato de sermos pecadores.

 

 


terça-feira, 29 de setembro de 2020

SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

RAABE – PROSTITUIÇÃO

Js. 2: 1-21

 

Muitos dos nossos problemas começam na infância ou na adolescência. Neste mundo hedonista somos levados a crer que todo tipo de prazer é bom e está liberado, só não nos contam o preço que iremos pagar por toda a vida.

Os pecados sexuais são os mais degradantes ao ser humano e a fama conquistada persegue o indivíduo para sempre, mesmo após a conversão. Raabe viveu em uma sociedade libertina, em meio a uma família emocionalmente desestruturada e encontrou no sexo uma forma de sobrevivência e sustento.

Existem pessoas que vivem em um lar materialmente estruturado, mas carente de um diálogo saudável e distante do temor ao Senhor Deus. Classe social não define caráter, ainda que as camadas mais carentes estejam sujeitas a se entregar à imoralidade sexual.

Qualquer que seja a situação, o indivíduo é engodado pelo prazer sexual e cada dia começa essa experiência mais cedo. Muitas vezes, influenciado por más companhias, envolve-se nas drogas e na prostituição, usando muitas vezes do sexo para manter o seu vício.

Quem se envolve no mundo da prostituição se expõe ao risco de não manter um relacionamento saudável, pondo em risco a sua família, as suas amizades e o seu futuro.

O pecado sexual causa dor que fica marcada na mente, no coração e na alma. Toda má escolha terá uma má consequência. No entanto, Deus pode restaurar a nossa vida.

Raabe viveu uma vida depravada, mas quando ela teve a oportunidade de conhecer ao Deus de Israel ela não recusou a oportunidade. Abrir os ouvidos para a revelação do Evangelho é a porta de entrada para crer em Jesus.

Mesmo após a conversão, Raabe ainda era vista com desconfiança por muitos por causa do seu passado. Ainda que anos se passem sempre aparecerá alguém para nos apontar o dedo e nos acusar dos nossos erros. Raabe não desistiu e perseverou, e como recompensa fez parte da árvore genealógica de Jesus.

A prostituição e o adultério são ciladas do inimigo. Fuja delas! Ainda que as marcas desse pecado te acompanhem, persevere na nova vida com Jesus. Use o passado para você se lembrar de onde Deus lhe tirou e como parâmetro de onde nunca mais você deve estar.

Deus tem algo grandioso para você, e a decisão é somente sua.

 

 


SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

MOISÉS – IRA E FALTA DE DOMÍNIO PRÓPRIO

Nm. 20

 

Muitos de nós temos o chamado “pavio curto” e explodimos com facilidade. Isso é característica do temperamento humano e não pode ser mudado, mas pode ser controlado pelo Espírito Santo se o deixarmos controlar o nosso ser.

Moisés, apesar de ter sido criado como um príncipe, levava dentro de si uma mágoa na alma que era a opressão ao seu povo, e como não soube trabalhar esse sentimento, acabou cometendo um assassinato que lhe rendeu 40 anos de exílio.

Quantas vezes nos sentimos desprezados por alguém e queremos fazer qualquer coisa para sermos notados e aceitos! Possivelmente, nos vem à mente que nós não nascemos para brilhar e buscamos refúgio na primeira saída que encontramos, que muitas vezes são as drogas e os pecados.

A infância é o período mais crítico da nossa vida por ser nela a fase que guardamos boas e más lembranças que irão ser fundamentais para as nossas escolhas no futuro. Quanto mais cedo nos aproximarmos de Deus, mas rápido aprenderemos o caminho da cura da nossa alma.

Enquanto não entregamos a nossa vida à Deus, confiando a Ele todos os nossos segredos, não seremos capazes de lidar com nossos traumas e dores. A salvação da nossa alma é gratuita para nós, mas pagamos um alto preço para a nossa cura.

Moisés ouviu a voz de Deus e decidiu mudar a sua vida, permitindo que o Espírito Santo o guiasse. Aquele assassino tornou-se o homem mais manso da Terra, mas isso não o impediu de voltar a pecar. Por não ter vigiado, ele deixou a ira dominá-lo e por um ato impensado não entrou em Canaã.

A nossa rotina deve ser de constante reflexão e vigilância para não darmos vazão aos desejos da carne e assim não mais pecarmos.

 


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

MOISÉS – FUGA

Ex. 3 – 4

 

Qual o primeiro desejo que nos vem à mente quando fazemos algo de errado? Com certeza é fugir!

Muitos de nós fomos criados aprendendo sobre um Deus punitivo, que manda as pessoas para o inferno, e pouco ouvimos falar de um Deus que salva.

É comum encontrarmos pessoas que nasceram com algum defeito físico, ou timidez, e tantos outros que eram taxados de homossexuais por ter sido muito mimado pelos pais. Alguns, acuados pela situação, fogem; outros, acreditam no que falam sobre ele e decide iniciar uma vida de erros.

Com o medo de encarar à Deus, deixamos de seguir a Palavra de Deus e passamos a ouvir conselhos contrários à Bíblia. Com a brecha que abrimos, o diabo prepara bandejas com um banquete pecaminoso que, mesmo que demoremos a perceber, irá nos levar ao fundo do precipício.

“O céu é seletivo; o inferno, é democrático”. Quando pensamos nisso somos levados a refletir sobre a nossa vida para decidirmos que caminho trilhar: seguir no erro ou se converter à Deus. As atitudes erradas do passado, somada às do presente, vão vir à tona para nos acusar e com isso passemos a pensar que não há esperança para o futuro. Foi isso o que aconteceu com Moisés: com medo das consequências, não encarou o problema, mas fugiu. A fuga não resolveu a situação, apenas adiou o inevitável.

Quando Moisés decidiu ouvir a voz de Deus tudo mudou, mas não sem lutas. Quando confiamos a nossa vida a Deus Ele manda o apoio necessário. A hora do confronto com o passado estava chegando e o Senhor mandou Arão para ajudá-lo. Ninguém vence sozinho!

Além de confiar em Deus é necessário que nós deixemos de praticar aquilo que enfraquece a nossa fé. Temos que estipular um alvo e devemos seguir em direção a Ele. O nosso alvo é sermos semelhantes a Jesus.

Os desejos do passado que nos levam a errar irão sempre surgir, mas decidimos não andar sozinhos. Agora, caminhamos com Jesus e possuímos uma força que não tínhamos antes.

Quando chegar o momento do confronto não estaremos mais sozinhos e não será necessário fugir. Nesse momento, teremos força em Deus para superar os obstáculos, removendo-os do nosso caminho.

 

 


SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

ESAÚ – PRECIPITAÇÃO E DESOBEDIÊNCIA

Gn. 33

 

Quantos de nós já ouvimos falar que o nosso nascimento foi um erro, que não fazemos nada certo e que tudo o que pomos a mão estraga? Muitos podem não ter ouvido isso na família, mas devem ter ouvido na escola ou no trabalho. Até em muitas igrejas ensinam a ter medo de Deus, que é duro e carrasco, e se não o obedecermos, Ele enviará o anjo da morte contra nós.

Aprendemos com a sociedade que o nosso valor está atrelado ao nosso desempenho e muitas igrejas ensinam que jamais alcançaremos a perfeição do nosso caráter, o que se tornou uma muleta espiritual para muita gente.

Todos esses estigmas levam o ser humano a agir com precipitação e desobediência para se tornar algo que não é. O melhor conselho é: “nem tente!”. Viver de aparência só traz dor e constrangimento.

Instigado pelas trapaças do irmão Jacó, Esaú praticou coisas das quais se arrependeu depois. Pagou um preço alto por suas escolhas. Ele não valorizou tudo o que tinha e o que ainda poderia ter. assim como Ló, encantou-se com a beleza da vista em detrimento da honra da visão.

Esaú ficou conhecido como tolo, mas ao contrário do seu irmão Jacó, ele não fugiu, mas permaneceu onde estava e enfrentou as consequências. O tratamento de caráter não é só para o que foge, mas também para o que fica. É necessário que o processo de restauração também alcance a família.

Esaú tomos decisões insensatas, mas o que passou, passou. A amargura só prolonga o sofrimento e ele resolveu mudar o seu comportamento e tudo começou quando ele resolveu perdoar.

A precipitação e a desobediência podem ser vencidas quando entregamos o controle da nossa vida ao Espírito Santo. Ainda seremos tentados até o dia da nossa morte, mas se estivermos em Deus será o Senhor quem nos capacitará a vencer.


SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

JACÓ – MANIPULAÇÃO

Gênesis 25 – 32

 

A natureza humana desperta em nós os desejos carnais, e a manipulação é uma das estratégias mais utilizadas.

Fomos ensinados que o mundo é dos espertos, mas a inteligência humana longe dos princípios divinos é só ilusão que nos afasta de Deus. Costumamos a fazer as coisas do nosso jeito, buscando resolver os problemas com as nossas próprias forças, ainda que para isso tenhamos que prejudicar alguém.

Quando tudo dá errado o desejo que temos é de fugir, esconder-se num local onde ninguém nos conheça. Ao vermos que nada do que fizemos deu certo lembramos que existe um Deus, e quando recorremos a Ele as coisas começam a dar certo, mas sempre com lutas.

Assim como Jacó, fugir só retarda o enfrentamento das consequências, pois o confronto é inevitável. Enquanto não encararmos os nossos problemas de frente, viveremos fugindo.

Quando entregamos a nossa vida à Cristo entramos num processo de restauração de caráter. Da mesma forma que Jacó fez, não devemos parar de lutar até alcançarmos aquilo que precisamos. A partir daí, iniciamos outras batalhas buscando o nosso aperfeiçoamento em Jesus.

Devemos lembrar que mesmo perdoados por Deus o nosso passado e as consequências dos nossos atos irão nos acompanhar até o fim da nossa vida.

Teremos a aprender a conviver com pessoas que desejarão fazer conosco o mesmo que fazíamos em nosso passado. “O lugar da nossa dor é o lugar da nossa cura”. Deus quer nos usar naquilo em que fomos aprimorados, mas é preciso que mudemos. A habilidade que usávamos para o mal tem que ser transformada e ajustada para fazer o bem.

Sem confronto não há restauração. O desejo pelo pecado, ainda que adormecido, continua lá. Por isso, nossa luta é constante, mas temos a certeza de que, em cristo, somos mais do que vencedores.


domingo, 27 de setembro de 2020

SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA

ABRAÃO – MENTIRA

Gênesis 12:10 e 13:18

 

Um dos pecados mais comuns e que normalmente é tido por nós como normal é a mentira. Mentimos aos outros e até a nós mesmo esquecendo-nos de que o diabo é o pai da mentira.

O maior inimigo da fé é o medo, e quando tememos a tal ponto que esquecemos da providência divina damos vazão a um outro espírito diferente daquele que Deus nos dá, pois o Senhor não nos oferece um Espírito de covardia. Se a nossa fé é subjugada pelo medo, vamos querer resolver os nossos problemas com a nossa força e estratégias.

Abraão tinha uma promessa de Deus sobre a sua vida, mas ao confrontar Faraó teve medo de morrer e, mentindo, expôs a sua esposa e pôs em risco o futuro de ambos. Corremos o risco de perder a nossa fé quando em momento de provação esquecemos da providência divina.

Com o medo de mostrar quem somos, os pecados que cometemos e os vícios que temos, preferimos viver uma vida mentirosa usando máscaras e capas que escondem a nossa verdadeira personalidade. Se congregamos em uma igreja, cobrimo-nos da religiosidade para passarmos uma imagem de santidade, mas não se brinca com Deus e nada fica oculto para sempre: em algum momento a máscara cai.

O Evangelho de Jesus Cristo implantou o Reino de Deus na Terra para que os nossos olhos espirituais fossem abertos e, assim, não vivermos mais uma ilusão.

Quando nossos sonhos são frustrados e nossos planos desmoronam, sentimo-nos envergonhados e derrotados, o que piora quando os nossos segredos são revelados. A partir daí teremos duas opções: ou nos entregamos aos vícios e pecados ou renunciamos a todos os erros e voltamos ao caminho designado por Deus.

Ao deixarmos a mentira, reconhecendo a nossa fraqueza e admitindo a nossa necessidade de conversão das nossas atitudes, voltamos a nos encaixar nos planos de Deus para as nossas vidas e tudo irá cooperar para o nosso crescimento, ainda que venha com dor.

A restauração do nosso caráter somente poderá ocorrer se deixarmos a mentira e nos escondermos sob as asas da verdade divina.


SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA


ADÃO E EVA - AUTOSSUFICIÊNCIA 

Gênesis 3: 1-24 

O primeiro passo para a transformação do nosso caráter é compreender a causa do nosso problema. Não conseguiremos vencer os vícios e pecados sem primeiro reconhecermos as nossas falhas e buscarmos mudar as nossas atitudes.

O grande erro de Adão e Eva foi querer caminhar fora da direção divina. A distração com os assuntos seculares fechou a visão de ambos para os princípios espirituais. Eles estavam confortáveis com o ambiente no qual estavam e satisfeitos com a vida que tinham que não perceberam que a tentação foi ao encontro deles.

Muitas vezes não é necessário sair em busca de fazer algo errado; o pecado vem ao nosso encontro. Na vida de quem segue a Jesus, o pecado deve ser um acaso e não uma rotina. Quando errarmos, devemos buscar a Deus em oração e à pessoa a quem magoamos para mostrar o nosso arrependimento. Nunca devemos lutar contra as nossas fraquezas com os nossos próprios recursos, pois seremos derrotados.

Deus sempre confronta os Seus filhos porque Ele nos ama, e não adianta se esconder; inventar desculpas não anulam as consequências e colocar a culpa em alguém continua sendo estratégico.

O individuo normalmente envolve-se com as drogas ou com a vida de pecados porque no início ele imaginava tudo aquilo bonito e que aquela prática abriria o seu entendimento sobre o mundo, que não era tão mal como todos falavam e que teria o pleno controle para parar quando quisesse. O engano que o inimigo impõe cega a visão de que esse caminho está levando-o à morte.

Quem entrega sua vida à Cristo passa a ser tudo aquilo que a Bíblia diz que somos, e não o que o diabo quer que pensemos sobre nós mesmo. Para nos levar a pecar, primeiro diz que somos capazes de resolver tudo sozinho; depois que caímos nos vícios e pecados dizem que o indivíduo é um inválido, sem valor e que não merece permanecer vivo. Se nos consideramos cristãos e agimos assim tem algo muito errado em nós. E se Deus dissesse o mesmo ao nosso respeito, onde estaríamos?

Mesmo que tenha pecado não se esconda de Deus. Procure-o! Se Ele te chamar, apresente-se!

Autossuficiência é armadilha diabólica; é uma adicção que afasta a pessoa de Deus levando-a ao desespero e até ao suicídio. Longe do Senhor nada somos; nossas conquistas são efêmeras e a felicidade é passageira, fugaz.

Quando dependemos de Deus recebemos a proteção e o cuidado que como filhos recebemos do nosso Pai.


sábado, 26 de setembro de 2020

 SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA


GIDEÃO – ADICÇÃO: MEDO 

Juízes 6 

 

É possível vivermos sem medo? Até onde ele pode ser prejudicial a cada um de nós? 

A história de Gideão demonstra que os planos de Deus não seguem os padrões humanos e as pessoas que Ele escolhe ou como irá usá-los não são necessariamente da mesma forma que pensamos.  

O povo de Deus estava sofrendo. A fome e a perseguição eram frequentes e não tinha ninguém, aparentemente, capaz de ser usado para libertá-los. Muitos, levados por seu orgulho, consideravam-se aptos, mas o seu coração não era temente ao Senhor suficientemente, e isso impedia que fossem escolhidos para essa missão.  

A pessoa menos provável foi enxergada por Deus. Gideão, ao ser convocado, temeu e seu medo quase o impediu de entrar na história como um dos valentes do Senhor. Esse seu sentimento distorcia a sua visão e invertia os valores. Não o deixava enxergar onde estava a falha do povo e atribuía a Deus a culpa pela situação que passavam.  

Muitos de nós desistimos de viver, ainda que a vida ainda exista em nosso corpo. Comportamo-nos como se já estivéssemos mortos, sem esperanças e nem vontade de lutar. São levados a crer que não têm capacidade para realizar algo com sucesso, ou que não tem nenhuma possibilidade de vencer seus vícios e pecados. Chegam a estar no fundo do poço, mas o seu medo o impede de tomar um impulso para sair daquele estado de conformismo.  

Quem sempre se subestima torna-se alguém que tem medo de arriscar e que prefere ficar em segundo plano. Desiste de sonhar, não quer estudar ou se preparar para algo melhor que Deus tem para a sua vida. Esconde-se atrás dos seus fracassos e confia seus conflitos a pseudos amigos, descontando suas frustrações nas drogas ou nos frutos da sua carne pecaminosa.  

Quando decidimos confiar a nossa vida à Deus não vivemos mais sob o medo patológico. Ele já não mais nos controla, e substituímos esse sentimento pelo temor ao Senhor. Os conflitos em nossa vida continuam a existir, mas o tamanho desse “gigante” torna-se infinitamente menor. Com a coragem que o Espírito Santo nos dá destruímos todos os ídolos que temos em nossa vida que nos impede de enxergar. Muitas vezes temos em nosso altar a incredulidade, a desconfiança e a incerteza, mas a presença de Deus em nós faz com que tudo isso seja substituído pelo prazer de confiar n’Ele. 

Façamos teste com Deus. Ele conhece o nosso coração e responde quando ele vê franqueza em nós. O anjo do Senhor atendeu aos pedidos de confirmação de Gideão, mas não atendeu às provocações dos adversários de Jesus como em Mateus 16. Quando nosso coração está direcionado às coisas do altíssimo temos coragem de dialogar com o Senhor, expondo nossos medos e frustrações. Tomamos posse da afirmação do anjo de que Deus nos ajudará.  

Confiemos nas promessas do Senhor para a nossa vida. Levantemos os nossos olhos e saíamos do lugar do nosso comodismo, pois há algo muito maior nos esperando. Todos os fracassos passados e as amarguras sofridas sejam deixados para trás, pois se esses sentimentos tivessem mudado o nosso passado não estaríamos lutando contra a vergonha hoje. Em Cristo somos mais do que vencedores.  

 

                                     DUAS FACES DE UMA MESMA SITUAÇÃO 

Mc. 15:21 

 

“E obrigaram Simão Cirineu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz de Jesus.” (NAA) 

 

Uma mesma situação pode ser vista de dois ângulos sem que uma invalide a outra. A dor de um pode ser a redenção de outro, e ninguém melhor do que o próprio Jesus para ser o ator principal dessa história.  

Primeiro, vamos falar sobre o sofrimento de Jesus. No início daquela semana Ele era aclamado como “o bendito que vem em nome do Senhor” (Mc. 11: 8-11). Imagino como estava o seu Espírito, sabendo que aquele povo que Ele amava e que O aclamava seria o mesmo que iria pedir a Sua morte 04 dias depois. Não adianta usarmos máscaras e capas, pois Cristo sabe tudo sobre nós. Nada lhe é chegado como surpresa.  

Quando Jesus estava carregando a Sua própria cruz, Ele estava sozinho apesar de uma multidão cercá-lo. Mas o que aconteceu com os seus seguidores? Como em todo tempo da história, poucos são os que permanecem conosco no momento da nossa dificuldade. Para o ser humano, a outra pessoa só tem valor quando está em boa evidência. O único que ajudou a Jesus na Via Dolorosa o fez porque foi obrigado a fazê-lo.  

O cronograma da Paixão de Cristo foi assim: 

  • Depois de beber o cálice com todos os nossos pecados veio a traição;  

  • Depois vieram as surras e a vergonha; 

  • Depois veio a crucificação, a morte e a incredulidade de todos; 

  • E por fim, a vitória sobre a morte! 

Se fosse conosco, não esperaríamos até nem metade desse cronograma. Muitos de nós desistiríamos no início. Na maioria das vezes, não entendemos o motivo pelo qual estamos sofrendo... 

 

Vamos ver agora o outro lado dessa mesma história. Aparentemente, por acaso e numa provável infeliz coincidência, um certo homem vindo da África passa perto da comitiva que levava Jesus à crucificação e foi obrigado a levar a cruz do réu até o Gólgota. “_Por que eu?”. Deve ter se perguntado Simão. _” O que eu fiz para merecer essa vergonha? Estou só de passagem e nem conheço esse homem...”. 

No entanto, a Palavra de Deus nos ensina que ninguém que tem um encontro com Jesus fica da mesma forma que estava. O que parecia ser um acaso tornou-se um encontro que mudaria a vida de Simão, o Cirineu.  

Como já foi dito, Simão era oriundo de Cirene, localizada ao Norte da África. Não se sabe precisar quando ele chegou a Jerusalém, mas é certo que aquele dia e horário foi preparado por Deus para que algo maravilhoso acontecesse com ele. Conta a crença popular que após ele ter ajudado a Jesus, ao chegar em casa contou sua saga à família. Um dos seus filhos, Rufo, já tinha ouvido falar da profecia e seu coração palpitou com a história. O resultado disso é que ele e sua mãe converteram-se ao Evangelho, conforme relatado pelo Apóstolo Paulo em Romanos 16:13. Nesse texto, não cita o nome do Alexandre, possivelmente ele não se destacou como o Rufo, mas era conhecido na época que Marcos escreveu o seu texto. De qualquer forma, quando Marcos escreveu seu Evangelho ele falou de Simão como alguém conhecido por causa dos seus filhos, baseado no relato de Paulo sobre o exemplo que essa família estava dando ao Reino de Deus.  

O encontro de Simão com Jesus, mesmo em um momento de tanta dor para o Senhor, transformou a vida não só daquele homem, mas da sua família que se tornou a primeira família gentia e que se estendeu até os demais compatriotas. Em Atos 2:10 conta que haviam Cirineus no local onde os discípulos foram cheios do Espírito Santo e foram, por consequência, também alcançados pela Palavra de Deus.  

Percebemos nessas duas histórias que: 

  • Servir a Deus não nos livra do sofrimento. Se até Jesus sofreu, porque nós seríamos melhores do que Ele e não sofreríamos também? 

  • Quando servimos a Deus, nosso sofrimento tem propósito. Foi no sofrimento de Jesus que uma família e seus conhecidos se converteram. O nosso sofrimento atraí ou afasta as pessoas de Cristo? 

  • A afronta pode te paralisar ou te motivar. A humilhação imposta por Penina levou Ana a sair do comodismo e buscar em Deus a solução.  

     

     [11] — Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vocês.  [12] Alegrem-se e exultem, porque é grande a sua recompensa nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês. (Mateus 5, NAA).