sábado, 26 de setembro de 2020

                                     DUAS FACES DE UMA MESMA SITUAÇÃO 

Mc. 15:21 

 

“E obrigaram Simão Cirineu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz de Jesus.” (NAA) 

 

Uma mesma situação pode ser vista de dois ângulos sem que uma invalide a outra. A dor de um pode ser a redenção de outro, e ninguém melhor do que o próprio Jesus para ser o ator principal dessa história.  

Primeiro, vamos falar sobre o sofrimento de Jesus. No início daquela semana Ele era aclamado como “o bendito que vem em nome do Senhor” (Mc. 11: 8-11). Imagino como estava o seu Espírito, sabendo que aquele povo que Ele amava e que O aclamava seria o mesmo que iria pedir a Sua morte 04 dias depois. Não adianta usarmos máscaras e capas, pois Cristo sabe tudo sobre nós. Nada lhe é chegado como surpresa.  

Quando Jesus estava carregando a Sua própria cruz, Ele estava sozinho apesar de uma multidão cercá-lo. Mas o que aconteceu com os seus seguidores? Como em todo tempo da história, poucos são os que permanecem conosco no momento da nossa dificuldade. Para o ser humano, a outra pessoa só tem valor quando está em boa evidência. O único que ajudou a Jesus na Via Dolorosa o fez porque foi obrigado a fazê-lo.  

O cronograma da Paixão de Cristo foi assim: 

  • Depois de beber o cálice com todos os nossos pecados veio a traição;  

  • Depois vieram as surras e a vergonha; 

  • Depois veio a crucificação, a morte e a incredulidade de todos; 

  • E por fim, a vitória sobre a morte! 

Se fosse conosco, não esperaríamos até nem metade desse cronograma. Muitos de nós desistiríamos no início. Na maioria das vezes, não entendemos o motivo pelo qual estamos sofrendo... 

 

Vamos ver agora o outro lado dessa mesma história. Aparentemente, por acaso e numa provável infeliz coincidência, um certo homem vindo da África passa perto da comitiva que levava Jesus à crucificação e foi obrigado a levar a cruz do réu até o Gólgota. “_Por que eu?”. Deve ter se perguntado Simão. _” O que eu fiz para merecer essa vergonha? Estou só de passagem e nem conheço esse homem...”. 

No entanto, a Palavra de Deus nos ensina que ninguém que tem um encontro com Jesus fica da mesma forma que estava. O que parecia ser um acaso tornou-se um encontro que mudaria a vida de Simão, o Cirineu.  

Como já foi dito, Simão era oriundo de Cirene, localizada ao Norte da África. Não se sabe precisar quando ele chegou a Jerusalém, mas é certo que aquele dia e horário foi preparado por Deus para que algo maravilhoso acontecesse com ele. Conta a crença popular que após ele ter ajudado a Jesus, ao chegar em casa contou sua saga à família. Um dos seus filhos, Rufo, já tinha ouvido falar da profecia e seu coração palpitou com a história. O resultado disso é que ele e sua mãe converteram-se ao Evangelho, conforme relatado pelo Apóstolo Paulo em Romanos 16:13. Nesse texto, não cita o nome do Alexandre, possivelmente ele não se destacou como o Rufo, mas era conhecido na época que Marcos escreveu o seu texto. De qualquer forma, quando Marcos escreveu seu Evangelho ele falou de Simão como alguém conhecido por causa dos seus filhos, baseado no relato de Paulo sobre o exemplo que essa família estava dando ao Reino de Deus.  

O encontro de Simão com Jesus, mesmo em um momento de tanta dor para o Senhor, transformou a vida não só daquele homem, mas da sua família que se tornou a primeira família gentia e que se estendeu até os demais compatriotas. Em Atos 2:10 conta que haviam Cirineus no local onde os discípulos foram cheios do Espírito Santo e foram, por consequência, também alcançados pela Palavra de Deus.  

Percebemos nessas duas histórias que: 

  • Servir a Deus não nos livra do sofrimento. Se até Jesus sofreu, porque nós seríamos melhores do que Ele e não sofreríamos também? 

  • Quando servimos a Deus, nosso sofrimento tem propósito. Foi no sofrimento de Jesus que uma família e seus conhecidos se converteram. O nosso sofrimento atraí ou afasta as pessoas de Cristo? 

  • A afronta pode te paralisar ou te motivar. A humilhação imposta por Penina levou Ana a sair do comodismo e buscar em Deus a solução.  

     

     [11] — Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vocês.  [12] Alegrem-se e exultem, porque é grande a sua recompensa nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês. (Mateus 5, NAA).  

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