SÉRIE: ADICÇÕES NA BÍBLIA
Ana – Codependência
I Samuel 1
O coração dividido é sempre uma cilada. Elcana, esposo de Ana, sabia disso com muita propriedade. Como sua esposa era estéril, e no objetivo de perpetuar seu nome, ele coabitou com Penina, serva de Ana. Bigamia, Poligamia e adultério sempre irão resultar em conflito.
Penina considerava-se superior,
apesar de ser serva, por ter dado filhos ao seu senhor; Ana, entrou na
armadilha da agora rival, e vivia depressiva achando-se sem valor e desprezada;
Elcana, por sua vez, ficava dividido entre o amor pela esposa e a satisfação
paternal conquistada através de Penina.
Para Ana, ter um filho ou filha
era só o que importava. Sua vida parecia não ter valor sem que isso fosse
realizado. Direcionou seu objetivo de vida para aquilo que ela não tinha
controle e isso a levou para o fundo do poço. Como sabemos, muitas vezes temos
que piorar para melhorar, e quando tudo parece perdido, é justamente no fundo
desse poço que encontramos uma rocha para apoiarmos os nossos pés e tomarmos
impulso para a retomada. Nesse momento, Ana decidiu entregar seu problema a
Deus e não mais querer resolver sozinha sua situação.
Aprendemos que o melhor momento
para começarmos a nossa recuperação é agora, dando uma reviravolta entregando
nossos conflitos ao Senhor. Mesmo ainda sem estar grávida, o semblante da Ana
mudou quando ele recebeu, e aceitou, a palavra do servo de Deus para sua vida. Depois
de tantas promessas humanas, vazias de sinceridade e cheias de ilusões, agora
era o momento de dedicar a sua vida e inclinar o seu coração para as palavras
do senhor.
Todas as vezes que tentamos
resolver nossos problemas com nossas próprias forças, somos abatidos porque não
temos o poder de controlar as adversidades. Mesmo que tenhamos dinheiro, poder
e fama, podemos ser surpreendidos por uma doença, por um escândalo, uma
falência repentina ou um policial à porta procurando-nos.
Muitas vezes preferimos fingir
que está tudo bem, fazendo vista grossa para os problemas e fazer de conta de
que não está doendo, mas por dentro parece ter uma gangrena, corroendo todo o
nosso ser, espalhando-se como um câncer em nossa alma. Vivendo de paliativos,
os sintomas passavam por uns instantes, mas depois voltavam com mais
intensidade. É o mesmo que tomar um inibidor para a dor da gastrite ao invés de
trata-la: quando for ver, já está com uma úlcera.
Quando vivemos pelos velhos
padrões, os mesmos que nos levaram para a situação calamitosa pela qual se está
passando, nada muda. É estar apegado à falsa esperança de que tudo vai dar
certo, mas para termos algo que nunca tivemos temos que fazer algo que nunca
fizemos. É o momento de se voltar para Deus, abrindo mão da teimosia e
descansando no Senhor crendo que Ele resolverá a nossa situação.
O melhor lugar para estarmos, ao
olhar de muitos, é no nosso lar, mas na verdade não há um local mais
confortável do que nos braços do Pai. O maior conflito de Ana foi dentro da sua
casa, e muitos também sofrem calados oprimidos por seus próprios familiares.
Então, mais importante que o nosso lar é a presença de Deus em nós. A partir
daí, a presença divina irá contagiar a todos ao nosso redor e nossa casa será
um local de paz e harmonia.
Quando Ana tirou o foco do
problema e passou a se concentrar na solução, seu quadro mudou. Quando seu
objeto de desejo deixou de ser em agradar ao seu marido e em ter um filho e
passou a ser em obedecer a Deus, sua visão foi descortinada. Agora, já mãe de
Samuel, após desmamá-lo, levou-o ao templo onde ele fora criado por Eli. A
partir do momento que o Senhor entrou na equação do seu problema, a presença d’Ele
supriu todas as suas necessidades e outros filhos surgiram como recompensa da
sua fidelidade.
Se analisarmos a nossa vida e nos
perguntarmos qual área da nossa vida temos total controle perceberemos que sem
Deus nada somos, pois não controlamos nada. Assim como Ana entregou tudo aos
pés de Deus, devemos entregar toda a nossa vida aos pés de Jesus. Devemos
trocar a nossa codependência pelas coisas efêmeras por uma total dependência ao
Espírito Santo.
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