quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quando usar a ira em favor da obra de Deus



Texto: Efésios 4, 26


A ira constantemente é vista como algo ruim por trazer brigas e contendas. E é verdade. A pessoa irada perde sua razão e pode vir a pecar.

Mas existem momentos que podemos utilizar esta ira em benefício do Reino de Deus. Estou me referindo a ira que nos impulsiona a mudar. Este tipo de ira é a chave para a grandeza.

Vemos na Bíblia situações em que a ira mudou a história do homem de Deus e do povo que ele comandava. Vejamos alguns desses casos:

MOISÉS: Ele cresceu no palácio de Faraó, com todas as regalias possíveis, enquanto o seu povo vivia oprimido tão próximo aos seus olhos. Foi necessário ele presenciar a morte de um hebreu por um egípcio para se irar. Essa ira fez com que ele se movesse do seu lugar de comodismo para viver no deserto. Ali ele foi tratado em seu caráter para poder voltar e libertar o seu povo;

EZEQUIAS: Irou-se contra a idolatria existente em Judá. Ele quebrou os altares levantados para os ídolos e a todas as imagens que havia ali. Buscou a presença do Senhor ao ponto de ser considerado o melhor rei ente os reis que existiram naquela nação (II Rs. 18,5);

JOÃO BATISTA: Irou-se contra o formalismo e o cinismo do seu povo. Chamou-os de raça de víboras e convidou-os ao arrependimento. Foi o apregoador da chegada do Reino à terra na pessoa de Jesus;

JESUS: Irou-se contra os mercadores no templo que faziam da casa do Senhor um lugar de comércio, mostrando a necessidade de santificação e aproximação com Deus.

Deus não gosta de comodismo. Ele disse que os mornos serão vomitados (Ap. 3,16). Jesus afirmou que Ele e o Pai trabalham até hoje (Jo. 5, 17). Na obra do Senhor não falta trabalho; falta sim, trabalhadores que queiram se esmerar por fazê-lo.

Em Mateus 13, 33 Jesus compara o Reino de Deus ao fermento. A igreja é chamada para anunciar este Reino; logo, somos o fermento que fará o Reino crescer na terra.

Podemos tirar algumas lições sobre o fermento:

  • O fermento não serve para nada dentro do pacote. Jesus disse aos seus discípulos para permanecerem em Jerusalém até serem revestidos de poder. Após o pentecoste, era para eles saírem anunciando o Reino. Foi necessário Deus mandar um perseguição para eles saírem pelo mundo pregando;
  • O fermento não tem aparência de nada de valor. Deus conhece o homem por seu coração, e não por sua aparência. A nossa intimidade com Deus é o que faz toda a diferença;
  • O fermento não se intimida com o tamanho da massa. Jesus fala que os covardes não entrarão no Reino de Deus. Davi não se acovardou com o tamanho de Golias; O Mar Vermelho e o Rio Jordão não foram tão grandes para impedir o agir de Deus;
  • O fermento não se influencia pela massa. Não é o mundo que deve influenciar a igreja, mas a igreja deve mudar o mundo. A Bíblia ainda é e deverá sempre ser a nossa regra de fé e prática;
  • O fermento muda a condição da massa. Onde a palavra de Deus chega há a mudança. Ela é uma espada de 02 gumes que transforma todo o homem;
  • O fermento trabalha calado. Não é preciso fazer escândalo para dizer que é servo de Deus. Jesus criticou os hipócritas que ficavam nas praças querendo demonstrar santidade, enquanto seu interior era oco. Ninguém vê o fermento trabalhando, mas se percebe o seu resultado. Mesmo a menor função na igreja do Senhor é importante para o Reino. Jesus trabalhou calado. Não alarmava;
  • O fermento precisa estar presente para modificar. Quem é do Reino de Deus quer trabalhar no meio das trevas para brilhar. Jesus disse que estamos no mundo mas não somos do mundo. Pediu ao Pai não que nos tirasse do mundo, mas que nos livrássemos do mal. O lugar de atuação da igreja é no meio dos perdidos, e não se achando superior ao ponto de evitar contato com os que estão perdidos precisando da palavra de Deus;
  • O fermento é ativado pelo calor e pela pressão. Crentes não gostam de pressão; os Filhos do Reino, sim. “Bem aventurados sois se, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão no céu” (Mt. 5, 11-12);
  • O fermento nunca pode ser retirado da massa. Uma vez dentro, é impossível retira-lo. Fomos colocados no mundo para modifica-lo, e não para fugirmos dele.

Devemos nos transformar diariamente pela renovação da nossa mente (Rm 12,2), de Glória em Glória como pelo Senhor (II Co. 3,18). Não nos acomodando com este mundo, mas mudando e sendo mudados constantemente para honra do Senhor Jesus.

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