CONSOLIDANDO A
EXCELÊNCIA
Parte I
Parte I
Mateus 14, 22-27
“E logo ordenou Jesus que os seus discípulos
entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a
multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada
já a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas
ondas; porque o vento era contrário; Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se
Jesus para eles, andando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre
o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. Jesus, porém,
lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.”
Excelência é um projeto de Deus para o homem desde o início dos tempos. Quando o homem foi criado, foi dado a ele a autoridade sobre todos os animais, e sobre toda a terra. Adão e Eva eram representantes legais dos céus na terra. Eles tinham um pacto com Deus, um compromisso, uma responsabilidade. A quebra desse pacto traria consequentemente a morte, mas o Senhor pela Sua misericórdia mitigou o castigo.
Quando tudo parecia perdido, Deus renova o seu pacto com a humanidade,
profetizando a vinda de Jesus como Aquele que completaria o acordo rescindido
(Gn 3, 15).
Deus nos escolheu para sermos excelentes. Em Dt. 28,13, o Senhor diz:
“E o SENHOR te porá por cabeça, e não
por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do
SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.” O apóstolo
Renê diz que “é melhor sermos cabeça de sardinha do que cauda de baleia”. Deus
tem o melhor para nós.
A cada dia mais se cumpre a palavra do profeta quanto ao presente e ao futuro daquele que teme ao Senhor. Pv. 13, 22 profetiza que “O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo”.
Deus prova a nossa fidelidade desafiando-nos a fazermos prova d’Ele.
Muitos interpretam apenas como uma palavra referente aos dízimos, mas as portas
do céu foram abertas e bênçãos tais estão disponíveis a todos aqueles que O
buscarem, pois o que impedia foi rompido (Ml. 3, 10. Mc 15, 38). Hoje, o próprio
homem é o responsável pelo impedimento de seu contato com o Pai (Is. 59,
1-2).
Desde o início, a palavra de ordem para a excelência é obediência. Não
existe progresso se não houver fidelidade. Ao desobediente, os bons momentos são
efêmeros e engodo. Só quem obedece a Deus prospera.
Excelência é uma escada com vários degraus. O coração contrito
aproxima-nos mais do Pai. Davi era considerado um homem segundo o coração de
Deus porque ele adorava ao Criador. Os que são chamados para serem excelentes
tem a escada dos céus acessível à sua vida. Jacó teve essa experiência marcante
em Gn. 28,12: “E sonhou: e eis uma
escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus
subiam e desciam por ela”. A sua obediência lhe deu vitória e foi tão
excelente que o povo escolhido recebeu o seu nome.
Outro requisito para a excelência é a santidade; sem ela não veremos ao
Senhor (Hb 12,14). Somos santos lutando contra o pecado.
A principal arma que satanás usa contra o povo de Deus é o desânimo. Ele usa meias verdades que se tornam em mentiras para tentar prevalecer sobre os crentes. Deus não disse a Adão e Eva que não tocasse na árvore, e nem que seus olhos se abririam. Ele disse que se comessem da árvore eles morreriam. O diabo mudou o texto induzindo-os a crer que a morte não era a conseqüência, assim como Eva acrescentou palavras ao que Deus disse.
Jesus nunca nos disse que nossa vida não seria de lutas; ao contrário, Ele nos garante a vitória em meio a guerra; O mundo tenta nos induzir a crer que crente não pode sofrer para que desanimemos e desistamos da caminhada.
O
Senhor sabe as nossas limitações, até onde podemos ir. Em I Co. 10, 13, Paulo
afirma que “Não veio sobre vós tentação,
senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis,
antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”.
Ele tem propósitos em nossa vida, e para sermos excelentes temos que
obedecer-lhe.
Jesus mandou seus discípulos entrarem no barco e atravessarem o mar
enquanto Ele orava. Com certeza era do
Seu conhecimento o que ocorreria, mas era necessário lançar os discípulos ao mar
bravio para que suas fé fossem testadas, e o nome de Deus
glorificado.
Todo homem e mulher de Deus precisa de um momento a sós com o Pai. O
verdadeiro líder nunca ora no meio do povo. Jesus nunca orou no meio dos
discípulos. Os nossos momentos de intimidade com Deus devem existir a sós. Não
estou me referindo aos momentos de orações coletivas nas nossas igrejas, mas da
nossa conversa informal com o Pai, onde contamos nossos segredos, nos abrimos em
total intimidade com Ele.
O
homem quando se afasta da presença do Senhor e não anda vigilante é facilmente
atingido pelo mundo. Os discípulos afastaram-se de Jesus e não estiveram
vigilantes, antes preocuparam-se com coisas diversas que não se aperceberam do
ataque do inimigo. O diabo sempre retaliará àquele que busca estar na presença
de Cristo, muitas vezes utilizando aquilo que estamos acostumados a lidar
diariamente, mas que nos sentimos perdidos quando somos por ele afrontados.
Pescadores são acostumados com o mar e com as intempéries do tempo. Mas o
desespero ocorreu quando o seu cotidiano os afrontou, esquecendo-se d’Aquele a
quem serviam.
Jesus, como o profético segundo Adão, veio para retomar o domínio que o
homem tinha sobre o mundo. Ele andou por sobre o mar, dominando-o como também ao
vento. Os problemas que o mundo nos impõe, muitas vezes nos cegam e não
conseguimos reconhecer o Senhor, nem tampouco a Sua intervenção na nossa
vida.
Naquele momento, Jesus estava mostrando que a nossa obediência e
fidelidade nos dão a excelência. Ele apareceu no meio das adversidades para
calar as forças do mundo e dar a vitória aos Seus discípulos.
Somos excelentes em Cristo. Pedro afirmou que somos “[...] a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2,9).
Jesus nos chama para consolidarmos esta excelência. O nosso propósito é
perseverarmos “Até que todos cheguemos à
unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo” (Ef. 4,13).
Assim como os discípulos, nós também somos chamados a sermos excelentes,
e assim como eles, passaremos por momentos de dificuldades, de dores, de
dúvidas, de oscilações de humor, mas também alcançaremos a vitória por
conhecermos a quem cremos. A nossa consolidação dar-se-á através da nossa
obediência e de um coração de adoração ao Senhor. Que possamos como Paulo dizer:
“Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé” (II Tm. 4,7).
Continua...
Continua...
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