quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CONSOLIDANDO A EXCELÊNCIA
Parte I

Mateus 14, 22-27


“E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário; Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.”

Excelência é um projeto de Deus para o homem desde o início dos tempos. Quando o homem foi criado, foi dado a ele a autoridade sobre todos os animais, e sobre toda a terra. Adão e Eva eram representantes legais dos céus na terra. Eles tinham um pacto com Deus, um compromisso, uma responsabilidade. A quebra desse pacto traria consequentemente a morte, mas o Senhor pela Sua misericórdia mitigou o castigo.

Quando tudo parecia perdido, Deus renova o seu pacto com a humanidade, profetizando a vinda de Jesus como Aquele que completaria o acordo rescindido (Gn 3, 15).

Deus nos escolheu para sermos excelentes. Em Dt. 28,13, o Senhor diz: “E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.” O apóstolo Renê diz que “é melhor sermos cabeça de sardinha do que cauda de baleia”. Deus tem o melhor para nós.

A cada dia mais se cumpre a palavra do profeta quanto ao presente e ao futuro daquele que teme ao Senhor. Pv. 13, 22 profetiza que “O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo”.

Deus prova a nossa fidelidade desafiando-nos a fazermos prova d’Ele. Muitos interpretam apenas como uma palavra referente aos dízimos, mas as portas do céu foram abertas e bênçãos tais estão disponíveis a todos aqueles que O buscarem, pois o que impedia foi rompido (Ml. 3, 10. Mc 15, 38). Hoje, o próprio homem é o responsável pelo impedimento de seu contato com o Pai (Is. 59, 1-2).

Desde o início, a palavra de ordem para a excelência é obediência. Não existe progresso se não houver fidelidade. Ao desobediente, os bons momentos são efêmeros e engodo. Só quem obedece a Deus prospera.

Excelência é uma escada com vários degraus. O coração contrito aproxima-nos mais do Pai. Davi era considerado um homem segundo o coração de Deus porque ele adorava ao Criador. Os que são chamados para serem excelentes tem a escada dos céus acessível à sua vida. Jacó teve essa experiência marcante em Gn. 28,12: “E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. A sua obediência lhe deu vitória e foi tão excelente que o povo escolhido recebeu o seu nome.

Outro requisito para a excelência é a santidade; sem ela não veremos ao Senhor (Hb 12,14). Somos santos lutando contra o pecado.

A principal arma que satanás usa contra o povo de Deus é o desânimo. Ele usa meias verdades que se tornam em mentiras para tentar prevalecer sobre os crentes. Deus não disse a Adão e Eva que não tocasse na árvore, e nem que seus olhos se abririam. Ele disse que se comessem da árvore eles morreriam. O diabo mudou o texto induzindo-os a crer que a morte não era a conseqüência, assim como Eva acrescentou palavras ao que Deus disse.

Jesus nunca nos disse que nossa vida não seria de lutas; ao contrário, Ele nos garante a vitória em meio a guerra; O mundo tenta nos induzir a crer que crente não pode sofrer para que desanimemos e desistamos da caminhada.

O Senhor sabe as nossas limitações, até onde podemos ir. Em I Co. 10, 13, Paulo afirma que “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Ele tem propósitos em nossa vida, e para sermos excelentes temos que obedecer-lhe.

Jesus mandou seus discípulos entrarem no barco e atravessarem o mar enquanto Ele orava. Com certeza era do Seu conhecimento o que ocorreria, mas era necessário lançar os discípulos ao mar bravio para que suas fé fossem testadas, e o nome de Deus glorificado.

Todo homem e mulher de Deus precisa de um momento a sós com o Pai. O verdadeiro líder nunca ora no meio do povo. Jesus nunca orou no meio dos discípulos. Os nossos momentos de intimidade com Deus devem existir a sós. Não estou me referindo aos momentos de orações coletivas nas nossas igrejas, mas da nossa conversa informal com o Pai, onde contamos nossos segredos, nos abrimos em total intimidade com Ele.

O homem quando se afasta da presença do Senhor e não anda vigilante é facilmente atingido pelo mundo. Os discípulos afastaram-se de Jesus e não estiveram vigilantes, antes preocuparam-se com coisas diversas que não se aperceberam do ataque do inimigo. O diabo sempre retaliará àquele que busca estar na presença de Cristo, muitas vezes utilizando aquilo que estamos acostumados a lidar diariamente, mas que nos sentimos perdidos quando somos por ele afrontados. Pescadores são acostumados com o mar e com as intempéries do tempo. Mas o desespero ocorreu quando o seu cotidiano os afrontou, esquecendo-se d’Aquele a quem serviam.

Jesus, como o profético segundo Adão, veio para retomar o domínio que o homem tinha sobre o mundo. Ele andou por sobre o mar, dominando-o como também ao vento. Os problemas que o mundo nos impõe, muitas vezes nos cegam e não conseguimos reconhecer o Senhor, nem tampouco a Sua intervenção na nossa vida.

Naquele momento, Jesus estava mostrando que a nossa obediência e fidelidade nos dão a excelência. Ele apareceu no meio das adversidades para calar as forças do mundo e dar a vitória aos Seus discípulos.

Somos excelentes em Cristo. Pedro afirmou que somos “[...] a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2,9).

Jesus nos chama para consolidarmos esta excelência. O nosso propósito é perseverarmos “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4,13).

Assim como os discípulos, nós também somos chamados a sermos excelentes, e assim como eles, passaremos por momentos de dificuldades, de dores, de dúvidas, de oscilações de humor, mas também alcançaremos a vitória por conhecermos a quem cremos. A nossa consolidação dar-se-á através da nossa obediência e de um coração de adoração ao Senhor. Que possamos como Paulo dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (II Tm. 4,7).

Continua...

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