quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Estratégias durante uma afronta. Parte II

O rei Ezequias começou a reinar com 25 anos e reinou até os 54 anos. Ele acabou com a idolatria, principalmente a da serpente de bronze. Não aceitou se submeter a Assíria, mesmo vendo a derrota do Reino de Israel para os assírios, quando estava com 31 anos, sendo a Assíria comandada pelo rei Salmanesser. Aos 39 anos, Judá foi afrontada por este mesmo povo, agora sob o comando do rei Senaqueribe. Ezequias dessa vez tentou apaziguar os ânimos do seu opositor pagando-lhe impostos e retirando ouro do templo do Senhor para dá-lo. Mas isso não foi o suficiente.

A Assíria afrontou o exército de Judá, desprezando o seu poder de guerra e afirmando que eles tinham mais cavalos do que Judá tinha cavaleiros. Desconsiderou o apoio do Egito, considerando-os derrotados. Desdenhou do Senhor Deus, afirmando que se Ele não livrou a Israel, também não iria livrar a Judá.

Quando nos esforçamos para andarmos corretamente, o diabo vai sempre buscar nos envergonhar, diminuindo as nossas capacidades, menosprezando os nossos companheiros e nos colocando em dúvida quanto ao nosso Deus. Essa estratégia sempre foi usado por ele, desde o Éden, dizendo que o Senhor não era tudo aquilo que Deus tinha dito. As armas do inimigo são conhecidas, mas muitas vezes fechamos os nossos olhos e entendimento para percebermos as suas artimanhas.

Senaqueribe afrontou o povo hebreu na própria língua judaica, que era de conhecimento popular. Assim, todos teriam conhecimento da afronta, não permitindo que a liderança filtrasse a informação. Buscou desqualificar o rei Ezequias e ainda ofereceu prazeres seculares àqueles que o seguissem, em detrimento a continuar sob o governo do rei de Judá.

Quando vemos a afronta na língua laica, entendemos que o inimigo vai nos afrontar naquilo que temos mais acesso. Ele sabe como se aproximar de nós, o que mais nos abala, o que tem acesso mais fácil ao nosso coração. Ele conhece as nossas fraquezas, por isso é necessário reconhecermos os nossos erros e buscarmos a correção. A afronta feita desmoralizando o rei Ezequias simboliza o desejo dele em desqualificar os nossos líderes, quer sejam pais, patrões ou pastores, despertando no ser humano o desprezo pelas autoridades, nascendo a rebeldia e levando o povo à desonra. O Senhor nos ensina a honrarmos as autoridades, sobretudo nossos pais e pastores. Uma pessoa sem uma boa liderança está fadada ao fracasso, e o diabo quer derrubar todo aquele que está em pé (I Co 10, 12).

PRIMEIRAS ESTRATÉGIAS DOS HEBREUS PERANTE A AFRONTA

  • O silêncio: Apesar de tentarem desqualificar a autoridade do rei Ezequias, o povo foi obediente ao seu líder, calando-se e deixando a resposta com Deus. Bater boca com o inimigo não produz nenhum fruto bom, ao contrário, dá forças a ele pois esta é a sua estratégia (Tg. 1, 19);
  • Humilhação a Deus: Ezequias rasgou as suas vestes e cobriu-se de pano de saco, e depois buscou ao profeta do Senhor. Muitos de nós quando afrontados saímos para a briga, crendo que somos suficientemente capazes de vencermos todas as batalhas. No entanto, aquele que teme ao Senhor reconhece que o capitão de guerra, o Jeová Jiré que vai à nossa frente é o próprio Deus, e por isso, humilha-se em sua presença, reconhecendo sua pequenez e contando com a Graça do Pai. Não obstante, busca o homem de Deus para que o aconselhe e busquem juntos ao Senhor, pois assim Deus constituiu homens e mulheres na Terra para apascentar o Seu povo;
  • Boa companhia: Ezequias aconselhou-se com quem era honrado perante o Senhor, os príncipes do seu reino. A Bíblia nos ensina que as más conversações corrompem os bons costumes (I Co 15, 33). Não devemos andar, tampouco nos aconselhar com fracassados. Muitas pessoas estão passando por dificuldades, mas têm espiritos nobres, querem vencer. Ao contrário, muitas outras são derrotadas na alma, não aceitam que o Senhor nos chamos para sermos abençoados não pelo que temos, mas pelo que somos em Cristo Jesus. Buscar conselhos com quem teme ao Senhor é a melhor receita. Quem está em crise no casamento não pode se aconselhar com casal separados, ainda que sejam evangélicos. Muitos outros exemplos também se encaixam sessa descrição, cada um na sua área;
  • Não deu legalidade ao inimigo: O rei Ezequias determinou que todas as fontes d'água fora da cidade fossem tapados; reparou o muro quebrado e construiu torres sobre ele; construiu outros muros; fortificou os terraços; fez armas e escudos em abundância. Qual seria o motivo de darmos alimentação ao inimigo? Nas nossas vidas devemos tapar todas as brechas que fazem com que o diabo invada a nossa vida, e acabar com toda a prática do pecado que serve de alimento para ele. Reparar o que está quebrado simboliza levantar-se após a derrota e estar pronto para a batalha, levantando outros muros que simbolizam as resistências adicionais que só o contato com o Senhor nos dará. Ao construirmos torres, estamos nos habilitando para a vigilância, para o discernimento. Fortificando os terraços, teremos bases fortes, que só a Palavra nos dá para termos nossa habitação sobre a Rocha. As armas e escudos só conseguimos na presença de Deus, conforme Paulo nos ensino em Efésios;
  • Dividiu as tarefas e animou o povo: Além das atividades de reconstrução das fortificações, Ezequias escolheu os melhores homens para chefiar o seu povo numa possível guerra, e animou o povo para lutar até à morte. Muitos de nós queremos seguir sozinhos, achando desnecessários dividir as tarefas, ou mesmo por não confiar em ninguém, apenas em si próprio. Aprendemos nessa história que devemos buscar as pessoas mais capacitadas para entregarmos as tarefas da causa do Senhor. O povo bem orientado, bem apascentado e liderado terá o seu ânimo renovado, pois líder fraco enfraquece o povo.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário