quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CONSOLIDANDO A EXCELÊNCIA
Parte Final


  • Ouvir: A audição é um dos sentidos mais importantes para o ser humano, e através dela, principalmente, ocorre o processo que inicia a conversão da alma. A Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus (Rm, 10, 17). Nas ovelhas ocorre com freqüência a visita de insetos que querem colocar suas ceras nas narinas e nos ouvidos dos animais. A prevenção mais convencional para esses ataques é a aplicação constante de óleo, que espanta os insetos e dão liberdade para as ovelhas sentirem o cheiro e ouvirem os seus pastores. Foi através da audição que a serpente seduziu Eva; Foi por ouvir as ameaças de Golias que todo o exército de Israel ficou paralisado; ao ouvir os conselhos de seus amigos juvenis que Roboão provocou a divisão do Reino de Israel, dentre tantos exemplos. Jesus nos convida a ouvirmos a Sua voz como porta de entrada para a excelência. Ap. 3,20 diz que Ele está à porta e bate, se alguém ouvir a sua voz e abrir a porta do seu coração, Ele entrará e cearão juntos. Todos que abriram o seu coração à voz de Cristo mudaram. Foi assim com Nicodemos, com o ladrão da cruz e continua ainda hoje com cada um de nós;
  • Crer: Em Romanos 10, 14 diz: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?”. Todo aquele que ouve a voz de Cristo precisa passar a crer em Sua pregação. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem (Hb 11,1). O mesmo autor no versículo 6 diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Crer tão somente como sinônimo de saber que existe não é vantagem alguma, pois o próprio satanás sabe do Poder de Deus e por isso treme de medo (Tg. 2,19). Mas crer em Jesus é entrar em profunda dependência do Pai; é mergulhar cada vez mais fundo no mar do espírito (Ez. 47). Ter fé em Deus e anular a fé em nós mesmos (Jr. 17,15). É não confiar nas suas posses, mas no Senhor que tudo dá (Sl. 20, 7). É saber que não são as espadas e os escudos, nem mesmo as pequenas pedras que nos darão a vitória sobre os inimigos, mas que são as mãos do Senhor que nos guiarão em direção ao destino que Ele preparou para nós.
  • Obedecer: Obediência é um dos princípios mais importantes na Bíblia. O seu antônimo chega a ser comparado como pecado de feitiçaria (I Sm 15, 23). O Senhor declarou que deseja muito mais a obediência do que o sacrifício (Os. 6,6). As maiores vitórias que vemos na Bíblia decorrem da obediência. Quando os discípulos foram orientados a lançar a rede, mesmo com dúvidas obedeceram, e o resultado é que foram tão abençoados com a quantidade de peixes que eles não davam mais conta; A viúva não tinha nem o que comer, mas em obediência ao profeta do Senhor, deu-lhe o que restava e foi abençoada de forma maravilhosa. Obedecer é quebrar o nosso ego. Não fomos acostumados a obedecer, sobretudo nos dias atuais; ao contrário, somos estimulados a sermos revolucionários e buscar sempre a mudança. Quando obedecemos, reconhecemos que há uma autoridade superior a nós mesmos; quando desobedecemos, dizemos que somos auto-suficientes em qualquer dos nossos momentos. Deus nos chama a obedecê-lo como forma de consolidarmos a excelência que Ele tem para nós, pois Ele é Rei, e nós, seus súditos, e como tal, dependemos inteiramente d’Ele; nada é nosso. Em nossos passos, o que faria Jesus?
  • Santificar: A sentença é direta: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor” (Hb 12,14). Santificar-se não é um modismo, nem tampouco um status pessoal, mas uma necessidade diária. Já foi dito que Deus não tem filhos preferidos, mas tem filhos que O preferem. Quando nos santificamos, entramos mais profundamente em Sua presença. Deus, em nenhum momento, ofereceu religião a nenhum ser humano; ao contrário, Ele ofereceu relacionamento, assim como era no início, onde o Senhor, todo fim do dia, iria encontrar-se pessoalmente com o casal no Éden. Deus está nos chamando a retornar ao princípio de tudo, a renovarmos nossos votos e recuperarmos a autoridade perdida com os nossos pecados.
  • Adorar: O que fazia de Davi alguém tão especial para Deus? Terá sido a sua beleza? A sua inteligência? A sua destreza na guerra ou na música? Ou terá sido seus belos poemas? Nada disso. O Senhor declara que a aparência e os atributos pessoais não servem como referência para Ele (I Sm 16,7). Davi era considerado um homem segundo o coração de Deus devido a sua adoração a Ele (I Sm 2,35). Davi não fazia nada sem que consagrasse ao Senhor; não havia uma conquista que ele não dedicasse ao Senhor; não oferecia a Deus nada que não tivesse lhe custado algum esforço. Vemos também que a adoração a Jesus era algo que muitos fizeram por reconhecer a Sua soberania e santidade. Em Mateus 15, 25 vemos uma mulher cananéia adorando ao Senhor, e nem quando ela foi provada no seu ego recuou, ao contrário, submeteu-se e alcançou graça; Maria foi abençoada por estar aos pés do Senhor; Em Lucas 7, 37-38 vemos um dos relatos mais lindos de adoração a Jesus. Uma mulher pecadora derramou tudo o que tinha no Senhor, e chorando de emoção, enxugava-lhe os pés com os seus próprios cabelos. Deus busca quem O adore em espírito e em verdade (Jo 4, 23).

Completar: É sabido que maior glória do que iniciar bem, é terminar com louvor. É considerado um servo inútil aquele que faz apenas o que lhe é mandado (Lc 17, 10). Paulo pôde glorificar a Deus por ter completado a sua carreira (II Tm 4,7). Ao contrário, maldito aquele que faz a obra de Deus relaxadamente. Melhor que fora não ter prometido, do que prometer e não cumprir (Jr. 48, 10; Ec 5, 4-5). Cada um permaneça na vocação que foste chamado (I Co 7, 20), fazendo com prazer o que o Senhor lhe mandou, pois Ele capacita os chamados e nos dá a vitória. O que retrocede o Senhor não tem prazer nele (Hb 10, 38); o que prossegue alcança a vitória (I Co 9, 24-25).
CONSOLIDANDO A EXCELÊNCIA
Parte I

Mateus 14, 22-27


“E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário; Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.”

Excelência é um projeto de Deus para o homem desde o início dos tempos. Quando o homem foi criado, foi dado a ele a autoridade sobre todos os animais, e sobre toda a terra. Adão e Eva eram representantes legais dos céus na terra. Eles tinham um pacto com Deus, um compromisso, uma responsabilidade. A quebra desse pacto traria consequentemente a morte, mas o Senhor pela Sua misericórdia mitigou o castigo.

Quando tudo parecia perdido, Deus renova o seu pacto com a humanidade, profetizando a vinda de Jesus como Aquele que completaria o acordo rescindido (Gn 3, 15).

Deus nos escolheu para sermos excelentes. Em Dt. 28,13, o Senhor diz: “E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.” O apóstolo Renê diz que “é melhor sermos cabeça de sardinha do que cauda de baleia”. Deus tem o melhor para nós.

A cada dia mais se cumpre a palavra do profeta quanto ao presente e ao futuro daquele que teme ao Senhor. Pv. 13, 22 profetiza que “O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo”.

Deus prova a nossa fidelidade desafiando-nos a fazermos prova d’Ele. Muitos interpretam apenas como uma palavra referente aos dízimos, mas as portas do céu foram abertas e bênçãos tais estão disponíveis a todos aqueles que O buscarem, pois o que impedia foi rompido (Ml. 3, 10. Mc 15, 38). Hoje, o próprio homem é o responsável pelo impedimento de seu contato com o Pai (Is. 59, 1-2).

Desde o início, a palavra de ordem para a excelência é obediência. Não existe progresso se não houver fidelidade. Ao desobediente, os bons momentos são efêmeros e engodo. Só quem obedece a Deus prospera.

Excelência é uma escada com vários degraus. O coração contrito aproxima-nos mais do Pai. Davi era considerado um homem segundo o coração de Deus porque ele adorava ao Criador. Os que são chamados para serem excelentes tem a escada dos céus acessível à sua vida. Jacó teve essa experiência marcante em Gn. 28,12: “E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. A sua obediência lhe deu vitória e foi tão excelente que o povo escolhido recebeu o seu nome.

Outro requisito para a excelência é a santidade; sem ela não veremos ao Senhor (Hb 12,14). Somos santos lutando contra o pecado.

A principal arma que satanás usa contra o povo de Deus é o desânimo. Ele usa meias verdades que se tornam em mentiras para tentar prevalecer sobre os crentes. Deus não disse a Adão e Eva que não tocasse na árvore, e nem que seus olhos se abririam. Ele disse que se comessem da árvore eles morreriam. O diabo mudou o texto induzindo-os a crer que a morte não era a conseqüência, assim como Eva acrescentou palavras ao que Deus disse.

Jesus nunca nos disse que nossa vida não seria de lutas; ao contrário, Ele nos garante a vitória em meio a guerra; O mundo tenta nos induzir a crer que crente não pode sofrer para que desanimemos e desistamos da caminhada.

O Senhor sabe as nossas limitações, até onde podemos ir. Em I Co. 10, 13, Paulo afirma que “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Ele tem propósitos em nossa vida, e para sermos excelentes temos que obedecer-lhe.

Jesus mandou seus discípulos entrarem no barco e atravessarem o mar enquanto Ele orava. Com certeza era do Seu conhecimento o que ocorreria, mas era necessário lançar os discípulos ao mar bravio para que suas fé fossem testadas, e o nome de Deus glorificado.

Todo homem e mulher de Deus precisa de um momento a sós com o Pai. O verdadeiro líder nunca ora no meio do povo. Jesus nunca orou no meio dos discípulos. Os nossos momentos de intimidade com Deus devem existir a sós. Não estou me referindo aos momentos de orações coletivas nas nossas igrejas, mas da nossa conversa informal com o Pai, onde contamos nossos segredos, nos abrimos em total intimidade com Ele.

O homem quando se afasta da presença do Senhor e não anda vigilante é facilmente atingido pelo mundo. Os discípulos afastaram-se de Jesus e não estiveram vigilantes, antes preocuparam-se com coisas diversas que não se aperceberam do ataque do inimigo. O diabo sempre retaliará àquele que busca estar na presença de Cristo, muitas vezes utilizando aquilo que estamos acostumados a lidar diariamente, mas que nos sentimos perdidos quando somos por ele afrontados. Pescadores são acostumados com o mar e com as intempéries do tempo. Mas o desespero ocorreu quando o seu cotidiano os afrontou, esquecendo-se d’Aquele a quem serviam.

Jesus, como o profético segundo Adão, veio para retomar o domínio que o homem tinha sobre o mundo. Ele andou por sobre o mar, dominando-o como também ao vento. Os problemas que o mundo nos impõe, muitas vezes nos cegam e não conseguimos reconhecer o Senhor, nem tampouco a Sua intervenção na nossa vida.

Naquele momento, Jesus estava mostrando que a nossa obediência e fidelidade nos dão a excelência. Ele apareceu no meio das adversidades para calar as forças do mundo e dar a vitória aos Seus discípulos.

Somos excelentes em Cristo. Pedro afirmou que somos “[...] a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2,9).

Jesus nos chama para consolidarmos esta excelência. O nosso propósito é perseverarmos “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4,13).

Assim como os discípulos, nós também somos chamados a sermos excelentes, e assim como eles, passaremos por momentos de dificuldades, de dores, de dúvidas, de oscilações de humor, mas também alcançaremos a vitória por conhecermos a quem cremos. A nossa consolidação dar-se-á através da nossa obediência e de um coração de adoração ao Senhor. Que possamos como Paulo dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (II Tm. 4,7).

Continua...
Quando usar a ira em favor da obra de Deus



Texto: Efésios 4, 26


A ira constantemente é vista como algo ruim por trazer brigas e contendas. E é verdade. A pessoa irada perde sua razão e pode vir a pecar.

Mas existem momentos que podemos utilizar esta ira em benefício do Reino de Deus. Estou me referindo a ira que nos impulsiona a mudar. Este tipo de ira é a chave para a grandeza.

Vemos na Bíblia situações em que a ira mudou a história do homem de Deus e do povo que ele comandava. Vejamos alguns desses casos:

MOISÉS: Ele cresceu no palácio de Faraó, com todas as regalias possíveis, enquanto o seu povo vivia oprimido tão próximo aos seus olhos. Foi necessário ele presenciar a morte de um hebreu por um egípcio para se irar. Essa ira fez com que ele se movesse do seu lugar de comodismo para viver no deserto. Ali ele foi tratado em seu caráter para poder voltar e libertar o seu povo;

EZEQUIAS: Irou-se contra a idolatria existente em Judá. Ele quebrou os altares levantados para os ídolos e a todas as imagens que havia ali. Buscou a presença do Senhor ao ponto de ser considerado o melhor rei ente os reis que existiram naquela nação (II Rs. 18,5);

JOÃO BATISTA: Irou-se contra o formalismo e o cinismo do seu povo. Chamou-os de raça de víboras e convidou-os ao arrependimento. Foi o apregoador da chegada do Reino à terra na pessoa de Jesus;

JESUS: Irou-se contra os mercadores no templo que faziam da casa do Senhor um lugar de comércio, mostrando a necessidade de santificação e aproximação com Deus.

Deus não gosta de comodismo. Ele disse que os mornos serão vomitados (Ap. 3,16). Jesus afirmou que Ele e o Pai trabalham até hoje (Jo. 5, 17). Na obra do Senhor não falta trabalho; falta sim, trabalhadores que queiram se esmerar por fazê-lo.

Em Mateus 13, 33 Jesus compara o Reino de Deus ao fermento. A igreja é chamada para anunciar este Reino; logo, somos o fermento que fará o Reino crescer na terra.

Podemos tirar algumas lições sobre o fermento:

  • O fermento não serve para nada dentro do pacote. Jesus disse aos seus discípulos para permanecerem em Jerusalém até serem revestidos de poder. Após o pentecoste, era para eles saírem anunciando o Reino. Foi necessário Deus mandar um perseguição para eles saírem pelo mundo pregando;
  • O fermento não tem aparência de nada de valor. Deus conhece o homem por seu coração, e não por sua aparência. A nossa intimidade com Deus é o que faz toda a diferença;
  • O fermento não se intimida com o tamanho da massa. Jesus fala que os covardes não entrarão no Reino de Deus. Davi não se acovardou com o tamanho de Golias; O Mar Vermelho e o Rio Jordão não foram tão grandes para impedir o agir de Deus;
  • O fermento não se influencia pela massa. Não é o mundo que deve influenciar a igreja, mas a igreja deve mudar o mundo. A Bíblia ainda é e deverá sempre ser a nossa regra de fé e prática;
  • O fermento muda a condição da massa. Onde a palavra de Deus chega há a mudança. Ela é uma espada de 02 gumes que transforma todo o homem;
  • O fermento trabalha calado. Não é preciso fazer escândalo para dizer que é servo de Deus. Jesus criticou os hipócritas que ficavam nas praças querendo demonstrar santidade, enquanto seu interior era oco. Ninguém vê o fermento trabalhando, mas se percebe o seu resultado. Mesmo a menor função na igreja do Senhor é importante para o Reino. Jesus trabalhou calado. Não alarmava;
  • O fermento precisa estar presente para modificar. Quem é do Reino de Deus quer trabalhar no meio das trevas para brilhar. Jesus disse que estamos no mundo mas não somos do mundo. Pediu ao Pai não que nos tirasse do mundo, mas que nos livrássemos do mal. O lugar de atuação da igreja é no meio dos perdidos, e não se achando superior ao ponto de evitar contato com os que estão perdidos precisando da palavra de Deus;
  • O fermento é ativado pelo calor e pela pressão. Crentes não gostam de pressão; os Filhos do Reino, sim. “Bem aventurados sois se, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão no céu” (Mt. 5, 11-12);
  • O fermento nunca pode ser retirado da massa. Uma vez dentro, é impossível retira-lo. Fomos colocados no mundo para modifica-lo, e não para fugirmos dele.

Devemos nos transformar diariamente pela renovação da nossa mente (Rm 12,2), de Glória em Glória como pelo Senhor (II Co. 3,18). Não nos acomodando com este mundo, mas mudando e sendo mudados constantemente para honra do Senhor Jesus.
IMPELIDO X CHAMADO



No mundo encontramos pessoas de todos os tipos: fleumático, sanguíneo, colérico ou melancólico. Já estudamos muito sobre isso. No entanto, nas igrejas encontramos 02 tipos especiais de pessoas: o impelido e o chamado. Poderíamos estender a todo tipo de indivíduo, mas iremos nos ater apenas aos evangélicos.

Em I Co. 7,20 diz: “cada um permaneça na vocação em que foi chamado”. Existem muitas pessoas que pensam terem um chamado de Deus para algo específico, quando na verdade Ele o chamou para outra atividade. Por conta disso, vemos muitos crentes frustrados, com sua carreira estagnada.

Ouvi certa vez uma frase que concordei tacitamente: existem pastores de ovelhas e pastores de gado. Os de ovelhas andam à frente do rebanho e eles o seguem pois reconhecem a sua voz. Se houver algum perigo, o pastor é o primeiro a percebê-lo e dará a própria vida pelo rebanho; o pastor de gado anda atrás dos animais, fazendo-os seguir o caminho utilizando-se de esporas, esporões, e outros artifícios. O seu rebanho segue à frente, sendo eles que irão se expor primeiramente ao perigo. Se formos trazer para a igreja, veremos que os pastores impelidos são apropriados para o gado, enquanto os chamados para as ovelhas.

Percebemos os que são impelidos pelas suas reações perante o que lhe acontece. Primeiramente, eles precisam se mostrar para que o mundo o veja e tem sempre a sensação de que precisa agradar alguém. Apenas ficam satisfeitas quando o seu trabalho foi realizado. Buscam sempre a superação e não se preocupam com a honestidade ou com o trato com os outros. Por serem fortemente competitivas, costumam deixar “cadáveres” por onde passam. A sua marca preponderante é negativa, pois o alcance do poder o estimula a prosseguir. São pessoas geralmente ocupadas e que se irritam com tamanha facilidade.

Na Bíblia podemos citar Saul, o primeiro rei de Israel. Analisemos que ele foi escolhido pelo povo e não por Deus (I Samuel 12,13). A princípio ele era dócil, mas quando sentiu-se ameaçado, passou a querer tirar a vida de Davi e dos seus companheiros. Considerou-se apto a realizar ações que não eram da sua competência (I SM. 13,9). Como todo impelido, a sua impaciência o levou à ruína. Os atributos naturais que ele tinha, como eloqüência, beleza física e fisionômica, somado à riqueza que já possuía, fez com que ele rapidamente se destacasse a tal ponto que o fez esquecer de que precisava dos outros e ele não era auto-suficiente. Saul não organizou seu mundo interior, e por isso o exterior também começou a ruir. Utilizou o seu tempo tentando matar a Davi e negligenciou a obra de Deus. Acabou morrendo enxergando inimigos atrás de qualquer arbusto.

Os impelidos são compulsivos. A maioria deles teve em sua infância problemas familiares ou na escola, onde sempre os reprimiam e os menosprezavam. A Psicologia chama isso de bulling, que trás sérias conseqüências às pessoas.

Para os impelidos há cura, e para que isso aconteça é necessário que se reconheça realmente onde Cristo nos colocou e não onde queremos ser colocados. Saulo era uma pessoa impelida pelos seus afazeres, mas depois de se converter a Cristo percebeu a necessidade que tinha dos outros irmãos e qual era realmente o chamado de Deus para a sua vida. Qual é o seu chamado?

Quando uma pessoa é chamada, também conseguimos detectar com certa facilidade. Quando é Deus quem nos chama, existe em nós uma perseverança em continuar por crermos que foi Ele quem designou e por isso dará a vitória. Isso muda tudo. Quem vai realizar a obra é Deus, e não nós, e sim, através de nós.

João Batista é um verdadeiro exemplo de um homem chamado por Deus. Ele não vivia para agradar os homens, mas para fazer o que o Senhor ordenava. Colocou-se na total dependência de Deus, sendo alimentado por Ele no deserto. Ele poderia tomar para si a honra do Cristo, uma vez que multidões fluíam para ouvi-lo e o questionavam se ele não o era. Ao contrário, disse-lhes que não era digno sequer de desamarrar as sandálias do Messias.

Como característica dos chamados, percebemos que eles tem em si o princípio ad Mordomia. Sabem que seu papel é cuidar do serviço do Senhor e que tudo que tem é d’Ele e não seu. João Batista, no tempo específico, entregou a Jesus tudo o que ele tinha, que era o rebanho que apascentava, e o faz com prazer. Ele sabia que apenas tomava conta mas não era seu. Enquanto Saul achava que era o dono do trono de Israel, João sabia que ele apenas existia para servir ao Senhor.

As pessoas chamadas sabem exatamente quem são. O impelido faz de tudo para permanecer no poder; o chamado sabe que a hora e o tempo pertencem a Deus. No momento certo irá Lhe entregar tudo o que administrou. João sabia que ele não era o Cristo e não quis aceitar nunca esse título. Existem tantos que querem ser os donos da igreja, dos púlpitos, das células...

O senso de objetivo é outra característica dos chamados. Não andam a ermo, sabem o que Deus quer em suas vidas. Entendem que seu papel é preparar a noiva para o noivo, e que eles não tem posse sobre ela, apenas a prepara para esse encontro. O compromisso dos chamados é firme, pois sabem que eles precisam diminuir e Deus crescer.

As pessoas chamadas experimentar gozo e paz, e não me refiro aqui a falta de luta ou tribulações, mas passam por elas dando Glória a Deus, pois sabem que a vitória é certa e não andam solícitos com nada, pois o seu sustento vem de Deus (II Co. 3,5).

Uma pessoa só se torna chamada se passar pelo deserto. È lá que desenvolve o contato mais íntimo com Deus, ouvindo a sua voz longe dos burburinhos da cidade. Aprende a depender totalmente de Deus. Conhece-se a aridez e lá o Senhor imprime o seu caráter e suas visões, que certamente serão bem diferentes do que tinham.

As pessoas que são chamadas por Deus sabem esperar o tempo certo para que tudo aconteça. Os impelidos querem correr de qualquer jeito, e o pior, crêem que estão fazendo o certo. Sucesso prematuro sem a devida maturidade pode ser muito prejudicial. Saulo corria muito para perseguir os Cristãos, mas quando Deus o chamou ele esperou o tempo do Senhor. Disse Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé.” (II Tm. 4,7) No tempo certo, ele correu com Cristo. Não devemos correr sem alvo. (I Co. 9, 26)

Os chamados por Deus não tem necessidade de muletas. O próprio Espírito o fortalece. Existem muitos que preferem viver apoiados nas costas de outras pessoas e não se levantam para deixar Deus agir em suas vidas. Quando estamos fracos o Senhor nos leva em seus braços. Ele nunca nos dá muletas.

Quantas pessoas impelidas você conhece? E quantos chamados? Em qual grupo você se encontra?



Bibliografia: MACDONALD, Gordon. Ponha ordem no seu mundo interior. Ed. Betânia, 1988, Venda Nova – MG. 216 p.
PRIMÍCIAS - UMA QUESTÃO DE HONRA. PARTE FINAL.

UMA QUESTÃO DE HONRA, UM PRINCÍPIO DE DEUS


A entrega das primícias é uma forma de honrar ao Senhor. Assim como houve distinção entre as ofertas de Caim e Abel, nos dias atuais não é diferente: O princípio de Deus é primiciar sobre todas as suas rendas, de todo o coração. Quando se faz por obrigação, ou querendo barganhar com Deus, gera para si a morte, como no caso de Ananias e Safira em Atos 5.

Abraão foi próspero porque confiou a Deus a primícia da sua descendência, que foi Isaque; de igual forma, as primícias de Faraó, foram tiradas, uma vez que seus primogênitos pagaram com a vida por sua dureza de coração. Deus sempre pediu a Israel toda primogenitura, podendo ser filhos, crias ou ofertas (Ex. 13, 11-16).

Quando primiciamos, santificamos todo o restante. Ao orarmos pela manhã, dedicando o nosso primeiro tempo a Deus, estamos abençoando o dia por completo, pois oferecemos a Ele a nossa primeira ação.

Paulo cita em Romanos 13,7 que devemos dar a quem de direito aquilo que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem honra, honra... Por isso, devemos nos perguntar a quem devemos primiciar as nossas rendas? Provérbios 23,10 manda que não removamos os marcos antigos que nos foram dados, pois se as primícias forem santas, a massa também o será (Rm 11, 16).

O livro de Neemias 10, 35 orienta-nos a levar as nossas ofertas à casa do Senhor; enquanto o livro de Números 18 informa que os valores da primícia serão do sacerdote. O profeta Ezequiel declara que a nossa casa será abençoada se as nossas primeiras massas, as nossas ofertas, forem dadas ao sacerdote (Ez. 44,30).

Honrar aos nossos pastores é um princípio bíblico corroborado em Hebreus 13, 7 e 17. É sabido de várias situações onde o pastor é tratado como empregado da igreja, e não como o líder dela. Em muitas denominações, o pastor é tido como um funcionário quando das suas obrigações, mas no momento de honrá-lo com seus direitos, é esquecida e negligenciada atitudes obrigatórias, como pagamento de INSS, FGTS, Férias, etc.

O apóstolo Paulo, em muitas situações, discorre sobre a necessidade de se honrar o sacerdote, pois ele mesmo foi alvo tanto de ajuda como de descaso (I Co. 9, 11-12; Fp. 4, 15-16). Quando não honramos aos nossos líderes, damos abertura para que a maldição chegue ao nosso lar, uma vez que sem causa ela não nos incomoda (Pv. 26,2).

Conforme Almeida (2008, p. 53), “[...] ser pastor é divino; remova o pastor e a glória também será removida.” Abel foi o primeiro pastor que se tem notícias, e desde então, o diabo se levanta para matar o obreiro de Deus. O momento da oferta libera um sinal no mundo espiritual, e o diabo se levanta para distrair e cegar os crentes, pois sabe que nesta hora há uma doação do coração do homem para Deus. Quando o coração está cheio de idolatria, ódio, inveja, e outros sentimentos facciosos, como o de Caim, a oferta é desprezada.

Mesmo após a rejeição da oferta de Caim e do assassinato que este fez e seu irmão, Abel, Deus conserva a sua vida e levanta um outro pastor que por ironia era seu descendente. A posição de pastor é essencial para o Senhor. Quem cuida de pastor é Deus, e aquele que mexe com seus escolhidos paga o preço. Afrontar pastor dá “azar”, e aqueles que estiverem debaixo dos seus joelhos por tê-lo ferido sofrerá grandes conseqüências.

Os princípios básicos para se honrar ao pastor são os seguintes:

  • Seja submisso e obediente ao seu pastor;
  • Defenda seu pastor e fale bem dele;
  • Abençoe-o com bênçãos materiais.

Em I Crônicas 11, 16-19 vemos uma demonstração de fidelidade dos liderados com seu líder, a ponto de arriscarem a própria vida em prol do seu bem estar.
PRIMÍCIAS - UMA QUESTÃO DE HONRA. PARTE I

- PRIMÍCIAS, VIDA ABUNDANTE –



Textos: Malaquias 3, 8-10; Provérbios 3, 9-11; Joel 1, 4;


Aprendemos durante vários anos da nossa vida, em nossas igrejas, que a nossa obrigação financeira era somente com o dízimo e com as ofertas. Quanto ao primeiro, aprendemos que, de tudo que recebermos, deveremos tirar o dízimo, o que equivale a 10% da nossa renda. No entanto, quanto às ofertas, vivemos um ledo engano, pois pensávamos que o exposto em Ml. 3 referia-se a ofertas alçadas voluntariamente. Mas, pergunto: como podemos roubar aquilo que nos é voluntário entregar? Impossível. Dessa forma, o texto refere-se a outro tipo de oferta.

O pastor J. Rubens, em seu livro “Quando Deus me revelou as primícias” traz uma revelação muito importante e necessária à igreja: Estamos roubando a Deus inconscientemente por não termos sido devidamente instruídos. Esse roubo dá-se nas ofertas de primícia.

Primícia é um tributo pago ao sacerdote que ministra sobre a sua vida, enquanto oferta voluntária é dada quanto e quando nos convier.

Lemos em Hb. 7,7 que o inferior é abençoado pelo superior. O superior é credor, enquanto o inferior é devedor. Deus não faz acepção de pessoas, mas na hierarquia eclesiástica, a quem muito é dado, muito é cobrado. Nessa ótica, os pastores são postos em posição superior, e as ovelhas na inferior, por uma questão de autoridade e subordinação. Dessa forma, as ovelhas devem produzir mantimento e gerar mais ovelhas; enquanto o papel do pastor é cuidar do rebanho.

O homem que não se submete ao próprio homem terá dificuldades de se submeter a Deus (I Jo. 4, 20).

O pagamento das primícias deve ser dado:

  • Como honra: O primeiro de tudo o que dermos a Deus é do sacerdote (Nm. 18, 12-13);
  • Como tributo a Deus (Gn. 4, 1-7): Devemos dar de coração, sem murmurar. Caim ofereceu uma oferta voluntária (minchah); enquanto Abel a primícia (bekoraw).

Vemos em Dt. 26, 1-15 que Primícia é para os sacerdotes; enquanto o dízimo é para a manutenção da igreja. No livro de Neemias 10, 37, confirma-se o supracitado, assim como em II Crônicas 31, 4-5 e Ezequiel 44.

Enquanto o dízimo protege o nosso patrimônio, a primícia o santifica.

Nos textos acima vemos uma clara distinção entre a obrigação da entrega dos dízimos e das primícias. São situações distintas. O primeiro equivale a 10% da nossa renda; enquanto a primícia é o valor do nosso primeiro dia de trabalho, isto é, o valor da sua renda mensal dividida por 30 (dias). Exemplo: Se o salário mensal for R$ 900,00 o valor da primícia será R$ 30,00 e deverá ser entregue diretamente nas mãos do sacerdote, e não no gasofiláceo. O sacerdote dispensará uma bênção financeira sobre a vida do ofertante e da sua família. O dízimo será dado do valor mensal já abatido o valor da primícia.

Existe, ainda, a oferta de socorro, que é dada ao profeta de ofício (I Co. 12, 28). Assim sendo, forma-se a tríade também na área da finança, a saber:

  • A primícia equivale ao Espírito Santo e, consequentemente, aos sacerdotes;
  • Dízimo equivale ao Deus Pai, e consequentemente, aos levitas;
  • A oferta de socorro equivale ao Deus filho, e é destinado aos profetas.

O nosso povo necessita de Libertação Financeira. Em Joel 1, 3-4, o profeta fala que “[...] o que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador; comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor”. Vemos, assim, que existem demônios específicos que afligem a nossa área financeira. Vejamos detalhadamente cada um deles:

  • Gafanhoto cortador: Seu nome é GAZÃ e vem do abismo, muito mais para cortar do que para comer a planta. Ele corta o potencial do Senhor existente em nossas vidas. Quando encontra brechas na vida do homem, ele impede que bênçãos adicionais cheguem à sua vida. Ele tem 04 formas de atuação, a saber: 1- Nos traz um sentimento de ansiedade e de precipitação para roubar aquilo que o Senhor tem à frente (I Sm 13, 5-14); 2- Age tirando das nossas mãos o potencial para a batalha (I Sm. 13, 19-22); 3- Age mostrando a situação caótica e exibindo seu poderio para desanimar e colocar a perspectiva de derrota no servo de Deus (I Sm. 17, 4-7. 23-24); 4- Age dando os referenciais errado para que usemos suas próprias armas e não entremos em vitória (I Sm. 17, 37-39). Algumas atitudes podem ser tomadas para vencermos essa potestade: 1 – Reconhecer a unção que há sobre ti, e não se dobrar ainda que a situação seja caótica (I Sm. 17, 42-46); 2 – Usar as armas que o Senhor te deu e cancelar definitivamente o comando do cortador (I Sm. 17, 49-51; Is. 54, 16-17).
  • Gafanhoto migrador: Ele passa de um lugar para outro, destruindo o que o anterior não destruiu. Os dois espíritos ligados a ele são: Iansã: Guerreira impetuosa, cheia de volúpia e sensual. É indecente e temperamental. É chamada de Santa Bárbara ou em Sr.ª da Candelária; Exu Elegbará: De aspecto múltiplo e contraditório. É iracundo, astucioso e provoca acidentes e calamidades, como narrado em Jó; é oportunista e traiçoeiro (Jz. 6, 1-6). O migrador aproveita a brecha deixada pelo cortador (Jz. 6, 1-2); ele vem repentinamente para roubar o fruto da colheita quando não o consagramos a Deus (Jz. 6, 3-5); debilita o povo, abrindo caminho para destruições maiores ainda (jz. 6, 6-8); traz. Também, sentimento de pequenez e abandono (jz. 6, 12-13). Para vencê-lo, temos que: 1- Entender que o Senhor não te abandonou e que não há mal sem causa, que perdure (Jz. 6, 10-14); 2- Oferecer sacrifícios ao Senhor que habilitem a bênção e quebrem a maldição do migrador (Jz. 6, 24-26); 3 – Adotar posturas diligentes para que nunca mais haja comprometimento por parte da entidade (Jz. 7, 5-7).
  • Gafanhoto devorador: “É um tipo violento que leva ao prejuízo e à falência. São arrasadores e geram misérias, dor, dívidas, prejuízos, fome, insônia e desemprego. Sua vítima tem sua casa e bem tomados, não conseguem pagar compromissos, são envolvidos em negócios desonestos e perigosos, seus bens são levados a leilão, sofrem ameaças de morte por dívidas, ficam sem crédito, sem moral e sem valor. Tornam-se um lixo, sendo rejeitados até pelos amigos, só contam misérias e desgraças.” (Almeida, p. 115). (Ml. 3, 6-12). É uma praga bíblica e uma nuvem deles já atacou os EUA entre 20 e 30 de junho de 1874, atingindo uma área de 514.400 km2. É uma legião de demônios mais forte que as anteriores. Eles fecham todas as portas não deixando a pessoa ganhar dinheiro e nem arrumar emprego. O crente que não entrega os dízimos e primícias abrem portas de legalidade para o devorador tirar o suor de seu rosto. Este mal é irrecuperável. Observe em Joel 2, 25 que a restituição prometida por Deus não contempla o ataque do devorador. Devemos ajudar financeiramente apenas aqueles fiéis dizimistas que, por algum motivo, apertou-se. Os que não são fiéis estão apenas pagando pelos seus atos de desobediência. O dízimo e a primícia são os únicos antídotos contra o devorador.

O principado do destruidor é a última das entidades a ser combatida. É conhecido como ABADON (HEBRAICO) ou APOLIOM (GREGO). Tem em seu apoio Camos (ou Kenosh), que é um espírito de prostituição, recebendo sacrifícios de crianças (II Rs. 3, 26-27) e incesto (Gn. 19, 31-37). Tem também o apoio de Iansã, Logun Edé, Oxumaré Obaluaiê, Omulu e Xapanã, Exu Caveira, dentre outros. Eles usam de pessoas que nunca puderam ser como nós e então se associam com outros para nos destruir (Nm. 22, 1-4) e forçam a barra para terem base legal sobre nós para nos destruir (Nm. 23, 7-12).
Estratégias durante uma afronta. Parte III

Após as ações do Rei Ezequias, Deus respondeu através do profeta Isaías para Judá não temer, pois Assíria não iria prevalecer contra eles.

O inimigo não desisitiu. Ao contrário, dessa vez formalizou a afronta, enviando uma carta ao rei Ezequias. Esta atitude materializou o desejo do mal na vida daquele povo de Deus. Saiu do mundo das idéias para o mundo físico, palpável. Agora, a ameaça não era mais um discurso, era algo real. Não havia mais espaço para se esquecer de nada o que foi dito, pois agora estava escrito para sempre se lembrar.

Quando o inimigo aumenta o poder do seu ataque é porque a nossa vitória está mais próxima. É triste vermos o crente deixar a fé pensando que Deus não o está ouvindo. Se o inimigo materializou o seu ataque, leve a afronta materializada perante ao Senhor, como Ezequias fez. Por mais que a tristeza e o temor pudesse ter visitado sua alma, ele sabia em quem confiar. Apresentou a Deus e orou pedindo uma solução. Deus prontamente o respondeu, afirmando que iria derrotar o inimigo e restaurar os prejuízos decorrentes da invasão dos assírios, dentre eles, a destruição da lavoura.

Se o Senhor tomar partido pela sua causa, não temas, pois a vitória já está garantida. A Bíblia não nos ensina que não teremos lutas, mas que o Senhor irá nos livrar delas ou dentro delas. O crente em Jesus pode até sofrer, mas tem a certeza do seu sucesso ao final da batalha. A guerra é espiritual, e o nosso capitão de guerra lutará por nós. Senaqueribe morreu assasinado por seus próprios filhos e a Assíria foi envergonhada.

Por isso, lembre-se sempre: quando a afronta chegar, faça como Ezequias:

  • Mantenha o silêncio perante o inimigo;
  • Humilhe-se perante Deus;
  • Busque estar em boas companhias;
  • Não dê legalidade ao inimigo;
  • Divida o fardo e anime-se;
  • Entregue ao Senhor a afronta, pois Ele materializará a sua vitória.
Estratégias durante uma afronta. Parte II

O rei Ezequias começou a reinar com 25 anos e reinou até os 54 anos. Ele acabou com a idolatria, principalmente a da serpente de bronze. Não aceitou se submeter a Assíria, mesmo vendo a derrota do Reino de Israel para os assírios, quando estava com 31 anos, sendo a Assíria comandada pelo rei Salmanesser. Aos 39 anos, Judá foi afrontada por este mesmo povo, agora sob o comando do rei Senaqueribe. Ezequias dessa vez tentou apaziguar os ânimos do seu opositor pagando-lhe impostos e retirando ouro do templo do Senhor para dá-lo. Mas isso não foi o suficiente.

A Assíria afrontou o exército de Judá, desprezando o seu poder de guerra e afirmando que eles tinham mais cavalos do que Judá tinha cavaleiros. Desconsiderou o apoio do Egito, considerando-os derrotados. Desdenhou do Senhor Deus, afirmando que se Ele não livrou a Israel, também não iria livrar a Judá.

Quando nos esforçamos para andarmos corretamente, o diabo vai sempre buscar nos envergonhar, diminuindo as nossas capacidades, menosprezando os nossos companheiros e nos colocando em dúvida quanto ao nosso Deus. Essa estratégia sempre foi usado por ele, desde o Éden, dizendo que o Senhor não era tudo aquilo que Deus tinha dito. As armas do inimigo são conhecidas, mas muitas vezes fechamos os nossos olhos e entendimento para percebermos as suas artimanhas.

Senaqueribe afrontou o povo hebreu na própria língua judaica, que era de conhecimento popular. Assim, todos teriam conhecimento da afronta, não permitindo que a liderança filtrasse a informação. Buscou desqualificar o rei Ezequias e ainda ofereceu prazeres seculares àqueles que o seguissem, em detrimento a continuar sob o governo do rei de Judá.

Quando vemos a afronta na língua laica, entendemos que o inimigo vai nos afrontar naquilo que temos mais acesso. Ele sabe como se aproximar de nós, o que mais nos abala, o que tem acesso mais fácil ao nosso coração. Ele conhece as nossas fraquezas, por isso é necessário reconhecermos os nossos erros e buscarmos a correção. A afronta feita desmoralizando o rei Ezequias simboliza o desejo dele em desqualificar os nossos líderes, quer sejam pais, patrões ou pastores, despertando no ser humano o desprezo pelas autoridades, nascendo a rebeldia e levando o povo à desonra. O Senhor nos ensina a honrarmos as autoridades, sobretudo nossos pais e pastores. Uma pessoa sem uma boa liderança está fadada ao fracasso, e o diabo quer derrubar todo aquele que está em pé (I Co 10, 12).

PRIMEIRAS ESTRATÉGIAS DOS HEBREUS PERANTE A AFRONTA

  • O silêncio: Apesar de tentarem desqualificar a autoridade do rei Ezequias, o povo foi obediente ao seu líder, calando-se e deixando a resposta com Deus. Bater boca com o inimigo não produz nenhum fruto bom, ao contrário, dá forças a ele pois esta é a sua estratégia (Tg. 1, 19);
  • Humilhação a Deus: Ezequias rasgou as suas vestes e cobriu-se de pano de saco, e depois buscou ao profeta do Senhor. Muitos de nós quando afrontados saímos para a briga, crendo que somos suficientemente capazes de vencermos todas as batalhas. No entanto, aquele que teme ao Senhor reconhece que o capitão de guerra, o Jeová Jiré que vai à nossa frente é o próprio Deus, e por isso, humilha-se em sua presença, reconhecendo sua pequenez e contando com a Graça do Pai. Não obstante, busca o homem de Deus para que o aconselhe e busquem juntos ao Senhor, pois assim Deus constituiu homens e mulheres na Terra para apascentar o Seu povo;
  • Boa companhia: Ezequias aconselhou-se com quem era honrado perante o Senhor, os príncipes do seu reino. A Bíblia nos ensina que as más conversações corrompem os bons costumes (I Co 15, 33). Não devemos andar, tampouco nos aconselhar com fracassados. Muitas pessoas estão passando por dificuldades, mas têm espiritos nobres, querem vencer. Ao contrário, muitas outras são derrotadas na alma, não aceitam que o Senhor nos chamos para sermos abençoados não pelo que temos, mas pelo que somos em Cristo Jesus. Buscar conselhos com quem teme ao Senhor é a melhor receita. Quem está em crise no casamento não pode se aconselhar com casal separados, ainda que sejam evangélicos. Muitos outros exemplos também se encaixam sessa descrição, cada um na sua área;
  • Não deu legalidade ao inimigo: O rei Ezequias determinou que todas as fontes d'água fora da cidade fossem tapados; reparou o muro quebrado e construiu torres sobre ele; construiu outros muros; fortificou os terraços; fez armas e escudos em abundância. Qual seria o motivo de darmos alimentação ao inimigo? Nas nossas vidas devemos tapar todas as brechas que fazem com que o diabo invada a nossa vida, e acabar com toda a prática do pecado que serve de alimento para ele. Reparar o que está quebrado simboliza levantar-se após a derrota e estar pronto para a batalha, levantando outros muros que simbolizam as resistências adicionais que só o contato com o Senhor nos dará. Ao construirmos torres, estamos nos habilitando para a vigilância, para o discernimento. Fortificando os terraços, teremos bases fortes, que só a Palavra nos dá para termos nossa habitação sobre a Rocha. As armas e escudos só conseguimos na presença de Deus, conforme Paulo nos ensino em Efésios;
  • Dividiu as tarefas e animou o povo: Além das atividades de reconstrução das fortificações, Ezequias escolheu os melhores homens para chefiar o seu povo numa possível guerra, e animou o povo para lutar até à morte. Muitos de nós queremos seguir sozinhos, achando desnecessários dividir as tarefas, ou mesmo por não confiar em ninguém, apenas em si próprio. Aprendemos nessa história que devemos buscar as pessoas mais capacitadas para entregarmos as tarefas da causa do Senhor. O povo bem orientado, bem apascentado e liderado terá o seu ânimo renovado, pois líder fraco enfraquece o povo.

Continua...
Estratégias durante uma afronta. Parte I

Quantas vezes nos deparamos com situações complicadas onde pensamos em desistir por pensarmos que nosso inimigo é maior do que as nossas forças? Quantas vezes tivemos a oportunidade de consertar os erros do passado para que tivéssemos uma vida correta com Deus, e com isso o inimigo se levantou para nos envergonhar? Quantas vezes o nosso Deus nos socorreu em meio às tempestades? Veremos todas essas situações, juntas num mesmo episódio, na vida de um dos maiores reis de Judá, o rei Ezequias. Os textos bases dessa história são II Reis 18 e 19; II Crônicas 29 a 32; Isaías 36 e 37.

O contexto desta história começa com o desejo de um jovem rei do Reino de Judá, recém empossado, de consertar os erros dos seus antepassados, restaurando o altar e o culto a Deus. Desde o 1º mês de seu mandato como rei, Ezequias já se dispôs a restaurar o templo do Senhor e chamar o povo à santificação, tirando do templo toda a contaminação. Ezequias ainda adorou ao Senhor de madrugada em gratidão à restauração do templo. Buscou agregar todas as tribos que estavam dispersas nos princípios da Palavra para voltarem ao Senhor, e retomaram a Páscoa como demonstração de conserto. Ainda intercedeu a Deus por aqueles que não fizeram uma mudança em suas atitudes e celebraram a festa ao Senhor, o que lhes restou cairem doentes, mas foram curados devido Deus ter ouvido a oração do rei. Restaurou, ainda, a entrega dos dízimos e primícias.

Todos nós fomos e somos chamados para sermos reino e sacerdotes nesta Terra (Ap. 1, 6. I Pe. 2, 9). Como cabeças do nosso lar, somos sacerdotes da nossa casa e todos integrantes da família recebem reflexos de nossas ações. Nosso corpo é templo do Espírito, e como representantes legais do Reino dos Céus nesta Terra devemos utilizar o nosso tempo e disposição para restaurar os nossos lares, a nossa igreja, a nossa vida. O nosso corpo tem que estar livre da contaminação do pecado. Somos muitas vezes impelidos a "matar", "expulsar" das nossas vidas ou das igrejas aquelas pessoas que erraram e se afastaram de Deus, ou muito nos magoaram, mas o líder e sacerdote do Senhor é chamado para agregar multidões ao Seu Evangelho, para orar por aqueles que necessitam e para restaurar as brechas espirituais que possa existir.

Diante de tanto conserto feito pelo rei Ezequias, e pelo povo estar junto no mesmo propósito de servir novamente ao Senhor, o diabo não iria ficar assistindo no inferno a vitória de Deus. Algo tinha que ser feito para envengonhar o nome do Senhor e do Seu povo. Aprendo com isso que temos que estar atentos às coisas que acontecem ao nosso redor. Sabemos quais são as nossas fraquezas, e são nelas que o inimigo vai investir com toda a força. Quando tudo parecer bem, fiquem certos que o diabo irá fazer o possível para nos desmoralizar. Ele não vai derrubar quem já está prostrado, e a iniciativa de Ezequias não ficaria impune aos seus olhos.

Continua...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A necessidade de racionalizar sem perder a fé

A Paz do Senhor a todos!

Estou retornando a escrever pois percebo a necessidade da Igreja de Jesus nesta Terra não perder a importância de racionalizar, sem perder a fé. É fundamental termos Fé em tudo aquilo que nos foi ensinado, mas o Senhor nos deu capacidade de estudarmos mais a fundo os seus ensinamentos, a fim de que não fiquemos paralisados, tomando o leite racional por toda a nossa vida cristã (Hb. 5, 12-14).

É muito cômodo para os líderes evangélicos ter membros que seguem apenas o que foi ensinado, sem a oportunidade deles ou do seu rebanho buscar aprofundar-se mais na Palavra. Não estou pregando aqui a sublevação, mas a necessidade de estudar a Bíblia com afinco, pois ela é o Poder de Deus. Devemos tomar por exemplo o povo bereiano.

A igreja de Cristo há algum tempo se perdeu na história, acabando por ficar mais preocupada com usos e costumes do que com a própria Doutrina Bíblica. A confusão tornou-se tão grande que já não sabem mais distinguir um do outro.

Fui católico durante muitos anos; na verdade, quase me tornei um padre. Após convertido à Igreja Evangélica, ouvi e vi muitos irmãos discorrendo com pessoas de outros credos, ainda que também cristãos, que a Bíblia deve ser a nossa única regra de Fé e Prática, sobrepondo as opiniões de padres, papas, reverendos, mestres, entre outros. No entanto, no próprio seio da igreja evangélica, a Bíblia fica subjugada aos usos e costumes da nossa igreja, pois se o ensinamento das sagradas escrituras for contrário ao que se prática naquela igreja, permanece-se o habitual, pois faz parte da história daquela comunidade. A incoerência tem que ser eliminada, e a pureza da revelação do Evangelho tem que sobressair.

Pretendo, pela misericórdia de Deus, discutir com vocês assuntos que tem paralisado nossas igrejas, em detrimento de um crescimento vertiginoso do Seu povo. Existem igrejas crendo em transubstanciação, em crendices, ou na síndrome de Adão e Eva.

Participem dos estudos. Vamos enriquecer ainda mais o conhecimento da Palavra do Senhor.